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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, março 23, 2014

Joaquim Barbosa joga a toalha. Não será candidato nem no Rio



 Autor: Fernando Brito
barbosa6
Da coluna de Ricardo Noblat – que está sendo processado pelo próprio Joaquim Barbosa por injúria racial sem que nenhum de seus colegas colunistas e blogueiros “limpos” tenha dito uma só palavra sobre isso :
“Não participarei destas eleições. Depois não sei”, diz o ministro Joaquim Barbosa na estreia do programa “Roberto D’ Ávila” no canal de notícias Globo News. O programa será semanal. Sempre à meia noite do sábado para o domingo.
Pelo menos até novembro, Joaquim ficará no Supremo Tribunal Federal. É quando termina seu mandato de presidente do Supremo. Com 59 anos, ele só seria obrigado a se aposentar quando completasse 70. Mas não. Joaquim deixa claro durante a entrevista a D’ Ávila que se aposentará bem mais cedo.
Com isso, esvai-se a falada candidatura do “vingador” ao Senado pelo Rio de Janeiro onde todos dizem – mas ninguém mostra, concretamente – seriam grandes as suas chances.
O julgador implacável não quis, com toda a exposição e endeusamento como “herói nacional” que teve da mídia, submeter-se ao veredito das urnas.
Se não quer agora, daqui a alguns anos, sem os refletores a seu favor, parece que suas chances, como se diz no Judiciário, estarão preclusas.

Do Blog TIJOLAÇO

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