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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, março 26, 2014

O Marco Civil da Internet foi aprovado pelo plenário da Câmara, ontem,


O momento é de comemoração! O Marco Civil da Internet foi aprovado pelo plenário da Câmara, ontem, em votação quase unânime. O único voto contra foi do PPS (Partido Popular Socialista). Agora, o projeto de lei segue para o Senado. Esta votação representa um marco histórico para a garantia dos direitos dos internautas brasileiros e reflete a força da mobilização da sociedade por uma rede aberta, livre e neutra, concebida a partir da diversidade e da colaboração. 

Ainda temos um longo caminho pela frente: a tramitação no Senado, a aprovação dasregulamentações previstas no projeto de lei e a efetivação dos direitos nele assegurados. Além disso, diferentes organizações da sociedade civil, entre elas o Idec, não concordam com a atual redação do artigo 15 (que antes era o artigo 16), que estabelece a um determinado perfil de sites e plataformas online (provedores de aplicações) a obrigação de guardar os registros de navegação dos usuários. Esta discussão, porém, já não será mais feita na Câmara. 

Mesmo assim, o texto final avança bastante na proteção de direitos fundamentais do internauta brasileiro. A participação da sociedade civil em todas as etapas, desde a consulta pública de 2009 que originou o PL até as diversas campanhas de mobilização online e offline pela aprovação do Marco Civil, foi determinante para o sucesso

Veja aqui o posicionamento do Idec quanto à aprovação do Marco Civil da Internet no Brasil

Desde 2012 reunimos mais de 11,5 mil assinaturas nesta campanha. Agradecemos a você por todo o apoio à campanha e esperança pela votação. 

Continuamos nessa luta! 

Veridiana Alimonti 
Idec

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