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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, março 29, 2014

O Diretista Raivoso.

‘Eu, o Direitista Raivoso’





'Eu não vou cumprimentar ninguém
porque estou com raiva.

Então vamos direto.

Eu sou o DIRAI. O Diretista Raivoso.

Eu tenho raiva. Eu vivo da raiva. Eu morro de raiva.

Eu sou a raiva.

Odeio pobre.

Odeio negros.

Odeio cotas.

Odeio gays.

Odeio nordestinos.

Odeio comunistas.

Odeio petralhas.

Odeio esquerdopatas.

Odeio Cuba e Venezuela.

Odeio mais ainda o Brasil e os brasileiros.

Odeio o lulismo, o lulopetismo, o lulodilmismo, o bolivarianismo e o chavismo.
Odeio o socialismo.

Odeio ciclistas, ativistas, feministas.

Odeio essencialmente tudo.

Amo algumas coisas, no intervalo de minhas sessões de ódio.

Amo a internet, porque me permite ir a sites e xingar, incógnito, as pessoas sem consequência nenhuma.

Amo trollar.

Amo o Mainardi pai e o Mainardi filho.

Amo a Scheherazade, o Reinaldo de Azevedo, o Rodrigo Constantino.
Amo o Lobão, amo o Gentilli, amo o Roger do Ultrage.

Amo, ainda mais, o Olavo de Carvalho, o pai de todos estes aí em cima, e carrego seu último livro como um mórmon carrega sua bíblia.

Amo a Veja.

Amo os militares, que trouxeram ordem e progresso ao Brasil quando o comunismo ateu rondava perigosamente o país.

Amo a tradição.

Amo os cânceres que mataram o Chávez e quase mataram o Lula e a Dilma, e tenho a esperança de que no caso destes dois últimos o serviço ainda se complete.

Amo – acima de tudo – o ódio, o ódio, o ódio."
*Saraiva  

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