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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, março 23, 2014

O organizador da Marcha da Família é uma ameaça à sociedade


Amostra de Toscano no Facebook

O que impressiona na jornada de Bruno Toscano, o organizador da Marcha da Família, é que ele ainda esteja solto.

O que mais ele precisa fazer para ser preso?

Matar pessoas como outro desequilibrado de direita, o norueguês Anders Breivik?

Toscano é uma bomba prestes a explodir, como mostra a página incrivelmente agressiva que ele mantém no Facebook.

Ele ameaça, ele calunia, ele insulta, ele instiga ódio e violência, tudo sem nenhuma cerimônia.

É um caso psiquiátrico ou policial, e a sociedade tem que ser protegida disso.

Toscano é o exemplar mais vistoso de um tipo que prolifera na internet: o extremista de direita, o desvairado conservador, o fundamentalista sem freio.

A parte mais simples dele são as calúnias. Dilma é “bandilma” e Lula o “presidente ladrão”. Isso quando ele está calmo, o que nem sempre ocorre.

O filho de Lula e a filha de Dilma são outros alvos habituais dele. Toscano lhes atribui fortunas e mansões hollywoodianas.

Em países de justiça que funciona, ele teria que provar as acusações. Mas no Brasil a certeza da impunidade faz dele uma fábrica sórdida e imparável de acusações.

Ele já falou abertamente em “pegar em armas”. Vamos esperar que ele pegue? Para depois dizer que estava na cara?

Nos últimos meses, vem implorando aos militares que tomem o poder. Incitação a golpe é permitido?

É interessante ver quem inspira Toscano.

Sua página no Facebook está recheada de artigos e citações da Veja. Ele usa a palavra “petralha”, da qual Reinaldo Azevedo parece se orgulhar como se tivesse escrito Guerra e Paz.

Toscano é filho da Veja.

Inspirador
Inspirador

Se alguém tem dúvida do mal que uma revista pode fazer ao propagar ódio direitista em quantidade copiosa todas as vezes que vai às bancas, quinze minutos na página de Toscano esclarecem tudo.

Mas de novo: o que realmente é digno de nota é, com toda a sua ação criminosa na internet, Toscano esteja com total liberdade para fazer as coisas que ameaça fazer.

Lula é uma obsessão
Lula é uma obsessão

Paulo Nogueira No DCM
*comtextolivre

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