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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, maio 12, 2014

Igreja Católica só se lembra do lado positivo de sua história


por Headbanger Ateu a propósito de

A Igreja Católica, mais uma vez, mostra seu irracional medo de se ver como crença extinta. E sabe que, com seu caráter imperialista e governista, "regeu" nações na Idade Média e "ajudou" a moldar outras na América. Bem como tentou se estender rumo ao Oriente.

Como não há jeito de esconder a realidade, é uma igreja sangrenta, governista, opressora e que conhece muito bem seu caráter imperial. Que só foi permitido graças a concílios envolvendo imperadores gananciosos dos tempos romanos e que resultaram em um longo período de perseguição e mortes que atravessou a Idade Média.


Também dizimou ou catequizou povos como os Maias, Incas, Astecas e outros ameríndios ao longo dos séculos que se passaram após o descobrimento da América. Foi uma das responsáveis - sob forma de diversos pretextos - pela escravização de índios e negros no Brasil.

Agora, alega encontrar-se ameaçada de cessar sua hegemonia pela falta de "leigos". De adeptos. Pois sabe que a ciência, as leis e a humana liberdade natural do pensar tendem a inovar cada vez mais. Isso faz com que religiões, mitos e irrealidades sejam questionados. Com a ampla possibilidade, de também ser questionada pelos próprios "leigos" os quais tal instituição considera ser.

Usa-se de toda a sua história apenas abarcando o lado positivo dela. Esquecendo-se do negativo e apenas admitindo-o por meio de sua autoridade máxima.

Esse lado positivo significa dizer que são as culturas que ela transformou, os países que aceitaram suas morais como guias sociais, influências na arte, costumes.

Por não ter contato algum com a realidade, apenas com o logro, o engano e até mesmo, a perseguição e carnificina, a Igreja Católica hoje tem a certeza de seu declínio que já ocorre de maneira lenta e gradativa. Seus costumes, morais e personagens já são deveras questionados e abandonados. E suas influências sociais, já postas em xeque desde os tempos iluministas.

A ICAR ainda não corre o risco de perder completamente seus adeptos, como é fruto de seu temor. Mas está seriamente condicionada a ser vista, em um futuro próximo, como um mero aspecto histórico do passado e que não tem significação alguma com a realidade atual.

Continuará a perder mais adeptos pela própria condição racional humana. E ainda carregará o fardo da realidade: ser vista como instituição demagoga por conta de seu sanguinário, corrupto e controverso currículo histórico.


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