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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, maio 08, 2014

Luis Nassif: Na presidência do STF, um desequilibrado

"Não se sabe até quando outros Ministros – e autoridades do Judiciário – aceitarão passivamente um comportamento que compromete todo o judiciário"

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa resolveu protelar mais uma vez a autorização para José Dirceu cumprir a pena em regime semiaberto.
Encaminhou ao Procurador Geral da República os argumentos da promotora de Brasília, que alegou ter recebido denúncia  anônima sobre supostas ligações de Dirceu pelo celular.
(Nelson Jr./SCO/STF)
(Nelson Jr./SCO/STF)
Tem-se na presidência da mais alta corte uma pessoa notoriamente desequilibrada, apossando-se dos poderes conferidos à presidência para desmoralizar amplamente a casa e a própria imagem da Justiça.
Não se sabe até quando outros Ministros – e autoridades do Judiciário – aceitarão passivamente um comportamento que compromete todo o sistema judiciário, que passa à opinião pública a ideia de que a Justiça é seletiva e o magistrado pode recorrer a toda sorte de chicana contra os adversários e a favor dos apaniguados.
Mesmo que Barbosa se escude da forma mais indigna nos poderes constitucionais de presidente do Supremo, nada impede a manifestação pessoal de pessoas que respeitam e prezam o Judiciário.

Escrito por: Redação

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