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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, outubro 28, 2014


Intolerância tucana em dia de BH+AMOR
por Maíra Said, via Facebook


Paradoxalmente, no dia em que se exerce a democracia brasileira presenciei um deplorável ato antidemocrático.

A lamentável situação ocorreu quando estava voltando da comemoração maravilhosa e pacífica da presidenta Dilma Rousseff, quando eu e minha família fomos abordados por um carro com eleitores do Aécio.

Começaram as provocações. Respondemos sim, em nível civilizado, e esperávamos que os infelizes fossem embora. Mas, não satisfeitos, quatro sujeitos desceram do carro e começaram a querer brigar.

No estado emocional em que os indivíduos se encontravam não tenho duvidas de que se estivessem armados o pior teria acontecido.

Como logo viram que havia três homens entre nós, três deles recuaram, mas um do grupo disposto a fazer tudo — matar, bater, brigar — continuou com as provocações.

Contudo, vendo que seria inútil brigar com a gente, o sujeito atravessou a rua e abordou um jovem que estava sozinho e não fazia nada, além de segurar uma bandeira do PT, claro.

Esse monstro – vestido de azul, verde e amarelo — começou a bater no jovem covardemente, até que meu pai, meu irmão e um outro rapaz, viram o que estava acontecendo e foram defendê-lo.

Enquanto isso, os amigos desse animal fugiram de carro.

A polícia chegou e nada aconteceu com o palhaço, covarde que quase estragou nossa comemoração.

Acho que não existem adjetivos suficientes para descrever uma pessoa que não respeita a democracia, que não tem tolerância, que comete atos covardes doa a quem doer, por que não teve seus desejos realizados.

Eu disse que ele quase estragou a noite. Não estragou porque lembro que meu voto foi consciente e que os brasileiros souberam, sim, votar. Acredito nas mudanças que esse governo vem realizando junto com o povo.

Acredito, sim, que é possível recuperar a educação desse país, visando a formar cidadãos. E estou certa de que não iriamos conseguir isso, colocando o país nas mãos de um indivíduo que tantas vezes faltou com a ética e que já cometeu diversas ilicitudes, é só pesquisar.

Uma postura cidadã é aquela que visa ao bem coletivo.

Então, a certos eleitores de Aécio, só faço um apelo: nesses quatro anos que vem pela frente, com o governo do PT, queiram vocês ou não, ajam como cidadãos.

Sejam uma oposição inteligente, mostrem que estão aptos a pelo menos disputar o poder. Parem de querer privatizar a nossa bandeira nacional, a nossa camisa do Brasil, o nosso hino.

Isso é preocupante, antiético e relembra atitudes fascistas. Não adotem uma postura xenofóbica, elitista, homofóbica ou preconceituosa. Somos brasileiros e merecemos respeito.

Penso que atitudes como essas não podem ser ignoradas e esquecidas. O maior número possível de pessoas precisa ter conhecimento dessa postura intolerante, para que, por meio de uma indignação civilizada e democrática, situações como essas sejam definitivamente consideradas inaceitáveis.

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