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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, outubro 29, 2014


247 - Crítico de peso e de primeira hora do primeiro governo Dilma Rousseff, o economista Toni Volpon, da Nomura Securities, assinou análise divulgada nesta terça-feira 28, em Nova York, prevendo que o Brasil vai entrar “em lua-de-mel” com os mercados globais. Para ele, o País será a bola da vez na preferência dos investidores, a depender da escolha da presidente Dilma Rousseff para o Ministério da Fazenda. 
A Nomura Securities é a maior corretora do Japão, com responsabilidades sobre bilhões em investimentos.
- Os níveis de reservas internacionais ainda estão muito altos. Quando isso é comparado com o 'carry trade' muito alto que o Brasil paga, certamente o maior para qualquer grande mercado emergente com grau de investimento, muitos investidores julgam que é melhor se envolverem com um yield local de 12% do que se preocupar com uma possível crise que está fora do horizonte de investimento", diz o texto de Volpon. Como se lê, bastante pragmático.
Nesta terça, a Bovespa subiu 3,62%, com o dólar em baixa de 1,9%, num movimento atribuído a dois fatores. A presidente Dilma demonstrou calma em não trocar, no calor do resultado eleitoral, a equipe econômica. Houve, simultaneamente, boa repercussão sobre a cogitação do nome do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, para o cargo de ministro da Fazenda no segundo governo. A presidente anunciou que fará mudanças em sua equipe todas de uma vez, até o mês de dezembro. Com isso, ela manteve em suas mãos a iniciativa sobre o mercado, que passou a trabalhar com a  expectativa de um mudança de guarda no Ministério da Faz
*247
*TadeuVezzi

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