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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, outubro 25, 2014

SP: Giannazi oficializa pedido de impeachment de Geraldo Alckmin

Pedido ocorre após áudio no qual presidente da Sabesp responsabiliza "superiores" pela desinformação
Da Redação
O deputado estadual Carlos Giannazi (PSol) protocolou, nesta sexta-feira (24) um pedido oficial requerendo o impeachment do governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). O pedido foi enviado à presidência da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Além disso, o deputado encaminhou um ofício do Ministério Públio Federal (MPF) solicitando a investigação da responsabilidade do governador e da presidente da Sabesp, Dilma Pena, pela atitude deliberadamente omissa de deixar de tomar as medidas necessárias e informar a população sobre a gravidade da crise.
O pedido veio após a divulgação do áudio de uma reunião na Sabesp onde Dilma Pena afirmou que a empresa deixou de avisar a população sobre a crise hídrica na Grande São Paulo e nas regiões de Campinas e Itu e pedir que os moradores economizassem água por ordem superior. "Por uma orientação superior, a Sabesp está muito pouco na mídia, eu acho isso um erro (...). Cidadão, economize água. Isso tinha que estar reiteradamente na mídia, mas nós temos que seguir a orientação, nós temos superiores e a orientação não tem sido essa", diz ela na gravação. Hierarquicamente, apenas duas pessoas podem ser consideradas acima da presidente da Sabesp no que toca a distibuição de água: o secretário de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos e o governador Geraldo Alckmin.
Responsabilidade
"Nós já sabíamos (da negligência do governo), já tínhamos esses indícios, que eram claros, de que o governo de São Paulo estava acobertando essa crise e deixando de informar a população das medidas a serem tomadas, mas agora temos a prova concreta. Na segunda-feira que vem eu vou exigir do presidente que faça o encaminhamento do processo. Agora ele deve montar uma comissão para invetigar as denúncias e apurar a procedência do pedido", disse Giannazi. Com o escândalo, ele espera que a bancada da Assembleia Legislativa, formada em sua maioria por aliados do governo tucano, seja pressionada a tomar alguma atitute e investigar o caso.
No documento enviado à Alesp que pede o impeachment, o deputado afirma: "Esses fatos levam a uma única e contundente conclusão: o Governo Estadual, administrado pelo Sr. Geraldo Alckmin, tinha pleno conhecimento da gravidade da crise de abastecimento hídrico no Estado de São Paulo e, por conta do processo eleitoral, optou por camuflar e esconder a realidade dos cidadãos paulistas e, em vez de tornar pública a seriedade da questão, com a tomada de medidas para minimizar o impacto à vida e `z saúde dos paulistas, deliberadamente decidiu deixar de comunicar para não causar prejuízo à campanha eleitoral".
Em um pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa feito nesta sexta-feira (24) ele támbem afirmou que "ambos foram negligentes, irresponsáveis e levianos com a administração pública, por isso devem ser punidos com as penas da lei em vigor no País. Pautaram  a administração pública com a lógica do calendário eleitoral, escondendo da população a gravíssima crise de abastecimento de água que vem penalizando e transtornando a população do Estado”.
*carosamigos
*NelsonPompeu

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