Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, dezembro 30, 2014

95% dos brasileiros aprovam o Mais Médicos

95% da população está satisfeita com o Mais Médicos e 85% diz que o atendimento melhorou muito desde a implantação do programa

mais médicos cubanos saúde brasil
Maioria dos profissionais do Mais Médicos são de origem cubana. Profissionais foram destinados para onde brasileiros não quiseram ir (divulgação)
Programa Mais Médicos, do governo federal, completou um ano, nesta semana, desde que os primeiros profissionais começaram a atuar. Uma pesquisa inédita mostra: 95% da população atendida e entrevistada diz estar satisfeita com a atuação dos médicos, com notas acima de 8 para os profissionais, e 86% avalia que o atendimento melhorou muito.
“O programa Mais Médicos efetivamente está garantindo mais acesso, qualidade e mais humanização no atendimento. E essa pesquisa confirma que aqueles que usam o Programa Mais Médicos, na periferia de grandes cidades, no interior do país, na Floresta Amazônica, no sertão nordestino, estão muito satisfeitos com o médico”, disse o ministro da Saúde Arthur Chioro, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (04).
A pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) entrevistou 4 mil pessoas em 200 municípios que contam com os médicos do programa, entre junho e julho deste ano.
A grande maioria (96%) afirmou que os profissionais são competentes e 90% aprovaram o tratamento durante o atendimento.
Um total de 84% dos entrevistados revela estar satisfeito com a duração da consulta médica, 83% vê uma melhoria nos esclarecimentos sobre os problemas de saúde e 80% estão contentes com o acompanhamento do paciente pelo mesmo profissional. Além disso, os usuários observaram que foram informados sobre outras formas e prevenção e ação: 67% receberam recomendações de alimentação e 56% de atividades físicas.
Em perguntas espontâneas, os entrevistados levantaram os pontos fortes do Programa Mais Médicos: 56% afirmaram que aumentou o atendimento e número de consultas, 33% ressaltaram a presença de médicos todos os dias nas unidades básicas e 37% elogiaram os médicos como atenciosos.
Apenas 2% considera que o Programa está pior do que o esperado, contra 74% que acredita estar melhor, e 19% acha que está como se esperava.

Mais formação

Junto com a apresentação da pesquisa, o ministro da Saúde anunciou, ao lado do ministro da Educação Henrique Paim, o terceiro eixo do Programa: 39 municípios receberão cursos de Medicina, ampliando também a área de especialização, com as residências médicas.
As cidades escolhidas têm 70 mil habitantes, não dispunham de curso superior para médicos, localizadas em 11 estados do país e nenhum dos municípios é capital. A intenção é oferecer a formação em regiões que necessitam do curso, mas que tenham estrutura da rede de saúde para realizar as atividades práticas, sobretudo no programa de residência.
Uma das condições para instituições de ensino superior receberem os cursos é realizar investimentos na rede de saúde.
O anúncio é parte da previsão de criar, até 2017, mais 11,5 mil vagas de graduação e 12,4 de residência, com foco na valorização da Atenção Básica e outras prioritárias para o Sistema Único de Saúde (SUS). Novas faculdades serão instaladas em regiões do Norte e Nordeste e em cidades do interior do país.
Desde a criação do Mais Médicos, os cursos de Medicina estão, em sua maioria, em municípios do interior: 11.269 vagas, diante de 10.045 em capitais. Antes, até 2012, as capitais tinham a maior oferta de vagas de graduação de médicos.
*Pragmatismopolitico

Nenhum comentário:

Postar um comentário