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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, dezembro 28, 2014

Que moral tem as Organizações Globo para incentivar a entrega do nosso petróleo às empresas estrangeiras?

Que tal movimento contra sonegação da Globo, que atua contra a Petrobras?


Globo sonega

Globo ou o pau que dá em Chico dá em Francisco
por Emanuel Cancella*, via e-mail
A TV Globo sonegou o imposto de renda na transmissão da Copa do Mundo de 2002.
O cidadão comum cai na malha fina, muitas vezes por um erro fortuito na declaração. Já a maior emissora do país faz contrato em paraíso fiscal, para fugir das responsabilidades sociais, se apropriando de recursos públicos que iriam para a educação, saúde e obras de infra-estrutura.
Enquanto lesa os cofres públicos, a Globo entulha a mente dos brasileiros de porcarias e, como se fosse pouco, ainda torce contra o time da casa. Tem semeado o pânico e enfatizado notícias sobre investidores norte-americanos que vêm entrando com processos na Justiça contra a Petrobrás.
A última delas foi uma ação coletiva, por iniciativa de moradores da cidade de Provance, que se sentiram lesados na compra das ações da empresa brasileira. No entanto, a queda no valor das ações de petróleo não está atingindo apenas a Petrobrás. Shell, Chevron, Total, Gasprom e as demais estão tendo prejuízos imensos, com a queda do valor do barril de petróleo no mercado internacional.
Que tal se nós, cidadãos e contribuintes brasileiros, a exemplo dos cidadãos norte-americanos, também iniciássemos um amplo movimento, por nos sentirmos lesados diante da sonegação fiscal das Organizações Globo?
Ou a Justiça cobra da Globo o que nos deve, com juros e correção monetária, ou vamos recorrer junto à Receita Federal exigindo isenção do pagamento do Imposto de Renda. Por que só a trilionária Rede Globo pode sonegar?
A sonegação é a maior de todas as formas de corrupção. Trata-se da apropriação indevida de dinheiro que deveria ser destinado ao financiamento de escolas, hospitais públicos, creches, estradas, saneamento.
O Globo faz lobby em favor das empreiteiras de petróleo norte-americanas, alegando que as prestadoras de serviço brasileiras estariam sem moral para tocar nossas obras. O problema é trocar seis por meia dúzia. As multi do setor petróleo dos Estados Unidos são consideradas as mais sujas do mundo, inclusive responsáveis pelo maior vazamento de óleo do planeta, no Golfo do México.
A Globo estimula os acionistas da Petrobrás a entrarem na Justiça, usando como exemplo os investidores de Nova Iorque, e parece muito pouco preocupada com as consequências disso. De fato, age como se fizesse parte do time das petrolíferas e demais empresas estrangeiras, prontas para se abanquetar, também, com as riquezas nacionais.
Ir à Justiça e defender seus direitos é prerrogativa de qualquer cidadão, no Brasil e no mundo. Mas, no caso da Globo, não existe inocência entre intenção e gesto. Há uma estreita conexão entre a intenção de destruir a Petrobrás e as notícias divulgadas.
A Globo diz que já teria pago os impostos pela transmissão da Copa de 2002. Mas, cadê o Darf – recibo de pagamento? Já houve manifestação na porta da emissora cobrando que exibisse o comprovante, mas os donos da empresa desconversam.
Que moral tem as Organizações Globo para incentivar a entrega do nosso petróleo às empresas estrangeiras, escorada na crise que abala a Petrobrás, se ela própria entulha porcarias na cabeça do povo e sonega impostos?
Ou a Receita Federal estende o direito a sonegação ao cidadão comum ou cobra de quem deve, e muito, a cada um de nós. O pau que dá em Chico, também dá em Francisco.
*O autor é diretor do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)
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