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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, dezembro 05, 2014

Maconha melhora estado emocional

Por kristen Gwynne

Não é segredo para ninguém que a maconha pode colocar um sorriso no rosto de muitas pessoas, mas a pesquisa sugere que os efeitos positivos da droga vão além de apenas ficar chapado. Um estudo de 2012 publicado na revista científica European Neuropsychopharmacology sugere que o sistema endocanabinóide do cérebro - que é ativado pelo THC, o ingrediente psicoativo da maconha - pode desempenhar um papel importante no processamento emocional, “em um aspecto essencial das interações sociais apropriadas e das relações interpessoais."
Especificamente, os autores do estudo descobriram que os participantes que receberam THC em um experimento controlado mostraram menor atividade cerebral em resposta a estímulos negativos do que aqueles que receberam placebo. Um viés em direção a estímulos negativos tem sido associado a doenças mentais como depressão, e a evidência de que o THC reduz este efeito sugere que o sistema endocanabinóide poderia desempenhar um papel importante, benéfico na forma como os seres humanos experimentam emoções e humor.
Os pesquisadores mediram os efeitos específicos da administração de THC em cerca de uma dúzia de homens que tinham usado maconha pelo menos quatro vezes no ano passado, mas não mais do que uma vez por semana . Metade deles recebeu THC, a outra metade, placebo, então os pesquisadores mostraram aos participantes imagens de rostos com expressões de “medo” ou de “felicidade”. Eles descobriram que os participantes que receberam THC reduziram significativamente a precisão na correspondência de expressões faciais de emoção negativa, mas apresentaram o mesmo rigor para associações positivas. Usando uma tecnologia de imagens do cérebro chamado fMRI , eles também foram capazes de observar os efeitos do THC sobre as partes do cérebro dos participantes que processam as emoções - identificando uma "mudança a partir de um viés de conteúdo emocional negativo para um viés de conteúdo emocional positivo."
Os pesquisadores concluíram que a maneira como o cérebro humano reage ao THC pode ter implicações significativas para o tratamento da saúde mental. "Estes resultados", escreveram eles, "corroboram a evidência já existente que relaciona o sistema endocanabinóide na modulação de reações emocionais, e apoiam um papel previamente sugerido para o sistema endocanabinóide no processamento emocional anormal associada a vários transtornos psiquiátricos."

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