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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, dezembro 07, 2014

Mídia internacional ironiza marcha pró-Aécio: "Só faltou champanhe"

The Economist chamou o protesto de “Revolução da Cashmere”, pela quantidade de socialites, roupas caras e iPhones vistos durante o ato em prol do candidato tucano; segundo a publicação, isso apenas reforça a imagem de que Aécio seria um verdadeiro representante da elite

ato pró aécio
Passeata pró-Aécio ganhou repercussão internacional (Pragmatismo Político)
A revista britânica The Economist publicou um texto ontem (23) sobre a mobilização de eleitores do presidenciável brasileiro Aécio Neves (PSDB). O evento ocorreu na noite de quarta-feira na Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo. Mesmo tendo anunciado apoio ao candidato tucano, a publicação foi irônica e chamou a manifestação de “Revolução da Cashmere”, em referência à lã utilizada normalmente em roupas caras.
“Sujeitos de terno com camisas bem passadas e gravadas com suas iniciais, portando bandeiras de Aécio. Socialites bem vestidas, envoltas em elegantes cachecóis para afastar o frio fora de estação, entoando slogans contra o PT. Todos tirando selfies com caros iPhones”, dizia a matéria, que afirmou ter faltado apenas “taças de champanhe” no protesto.
A revista ressaltou que o ato foi uma cena sem precedentes na história das eleições, e não somente no Brasil, já que “barões dos negócios e financistas” não costumam ir às ruas para esse tipo de manifestação. Segundo o texto, a atitude e o perfil dos eleitores reforçariam ainda mais a imagem do candidato tucano de ser um “fantoche da elite rica”, como afirmam seus opositores.
*PragmatismoPolitico

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