Qual-a-diferenca-do-escravo-para-o-trabalhador-moderno
O escravo tinha o seguinte dia-a-dia: acordava, ia para o trabalho, voltava para a casa e descansava para poder se preparar para o próximo dia de trabalho. Ocasionalmente, havia alguma diversão garantida a ele, geralmente representada por danças e encontros com outros escravos, com a intenção de proporcionar entretenimento. É praticamente a mesma rotina que o trabalhador segue hoje, mudando apenas a maneira que é executada: o traje do trabalhador hoje usa jaleco enquanto naquela época usava camiseta, em vez de danças em grupo no espaço público, hoje existem boates etc.
Pode-se dizer então que todas as mudanças são extremamente superficiais assim? Acredito que sim. Porém, uma análise aqui se torna importante de fazer em relação a uma dessas diferenças na maneira de execução desse cotidiano: a realidade do trabalhador em cada época em relação a uma situação de crise. A crise para o escravo era constituída essencialmente de agressões físicas, seja de fração de horas, dias ou semana. Fora isso, ele sempre teria sua sobrevivência garantida pelo seu amo. Hoje, ao trabalhador, a crise se apresenta na forma de desemprego. Mas, diferente, do escravo, ele não tem a sua existência garantida após o término dessa. Até porque, para muitos, essa crise nunca termina. Pode-se alegar então: “mas os escravos também podiam morrer depois de açoitados!”. De fato, poderiam. Mas não eram, em mesmo número/proporção, por um simples motivo que será apresentado. O escravo custava caro ao amo. Na grande maioria dos casos, era extremamente dispendioso trazer um escravo, já que teriam que vir de outros continente. O amo sabia que, se perdesse uma grande quantidade destes, teria a sua produção prejudicada. O mesmo não acontece hoje, em que o operário pode ser encontrado em qualquer lugar, a custo praticamente zero.
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