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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, janeiro 05, 2015

‘MAIS MÉDICOS’ ZERA MORTALIDADE INFANTIL

A medicina humanizada PiauiA informação de que os médicos cubanos estão sendo fundamentais na erradicação da mortalidade infantil em terras brasileiras deveria ser amplamente divulgada pelos veículos de comunicação de massa.

A seguir, assistam ao vídeo divulgado pelo blog do Efrém Ribeiro do grupo Meio Norte de comunicação.



Programa 'Mais Médicos' zera a mortalidade infantil em municípios do Piauí
Por Efrém Ribeiro

Os médicos cubanos Olívia Rodriguez Gonzalez e Omar Diaz, professores da Universidade Che Guerava, em sua cidade natal, Pina del Rio, em Cuba, estão trabalhando há um ano no Posto de Saúde de Barras, na região Norte de Piauí, e sorriem quando falam da conquista em vida que obtiveram no trabalho da atenção básica.

“Há um ano não registramos nenhuma morte de criança e de gestante. Estamos sem mortalidade materna e infantil”, afirmam Olívia Rodriguez Gonzalez e Omar Diaz, no Posto de Saúde de Barras, atuando no Programa Mais Médicos, do Governo Federal.

Esta realidade de redução com a capacidade de zerar a mortalidade infantil e materna se espalhou nos municípios onde o Programa Mais Médicos foi implantando para oferecer atenção básica de saúde onde era difícil a permanência de médicos ou de número suficientes de médicos brasileiros para atender a população.

“Tem sido uma experiência muito boa. Encontramos uma comunidade muito carente, mas acolhedora, pessoas muito sensíveis, muito boas e necessitadas”, relata Olívia Rodriguez.

Segundo ela, as doenças mais frequentes são doenças respiratórias, doenças parasitárias, hipertensão,diabetes. Olívia Rodriguez e Omar Diaz fazem visitas domiciliares aos pacientes de Barras, que são programadas e os pacientes atendidos são pessoas que não podem ir ao posto de saúde. São crianças com hidrocefalia, puérperas (mulheres que tiveram bebês recentemente), gestantes, hipertensos e idosos.

“Nós não temos mortalidade infantil, nem mortalidade materna. Temos registros de crianças e mães doentes, mas nenhuma chegou a óbito”, enfatiza Olívia Rodriguez, que tem 30 anos trabalhando como médica. “Isso é uma vitória”, comemora Omar Diaz.

Olívia Rodriguez e Omar Diaz afirmam que trabalhar [no Brasil] é diferente de onde trabalharam antes com atenção básica na Venezuela, Paraguai e Paquistão, que não tinham uma rede constituída de atenção primária. “Na Venezuela não tínhamos nada, tudo era precário.

No Paraguai igual, não tinha rede implantada. No Brasil, nós temos uma rede de atenção básica de saúde, não temos médicos, mas temos uma rede criada. Nos outros países fomos nós que criamos a rede de atenção primária”, falou Olívia Rodriguez.

Omar Diaz, 23 anos de formado em Medicina, sendo que oito anos trabalhando na Venezuela, avalia como muito boa a sua experiência de um ano em Barras.

“Temos encontrado uma população muito necessitada de atenção médica e todos são muito receptivos porque a população é muito receptiva com os médicos cubanos, fica muito contente com o nosso trabalho, muito compreensiva porque nós estamos ajudando a melhorar a saúde dessa população que estava carente de atenção”, falou Omar Diaz, que encontra crianças com baixo peso e desnutrição, mas não com desnutrição extrema.

Médicos cubanos 1 PI
Abraços e atenção ajudam na cura dos pacientes

Omar Diaz percebeu que muitos pacientes ficam curados mais rápido com um abraço, um cuidado mais afetuoso e fraterno. As pessoas ficam muito agradecidas.

Omar Diaz afirma que quando estão fazendo visitas domiciliares, os pacientes dizem que nunca um médico foram em suas casas. Pedem desculpas porque não podem oferecer refeição melhor, mas Omar Diaz e Olívia Rodriguez avisam que as famílias estão se alimentando com as mesmas refeições com que se alimentam.

"São pessoas muito carentes e quando vemos as pessoas acamadas e não podem caminhar, elas ficam muito contentes porque elas falam dos problemas de saúde que têm e nós também falamos muitas coisas. Essas pessoas ficam muito agradecidas", fala Omar Diaz.

Omar Diaz afirma que abraçar e ouvir o paciente ajuda psicologicamente os doentes e em sua cura.

"As pessoas que estão acamadas ficam depressivas. A gente fala com elas, falamos que vão melhorar a saúde. Essas pessoas ficam psicologicamente animadas, é a palavra do médico animando o paciente. Isso ajuda na cura", diz Omar Diaz.

"Tem pacientes que dizem que bastou o médico olhar e já melhoraram. Dizem: 'esse médico me olhou e eu já me senti bem", afirma Olívia Rodriguez.

"Quando o médico fala, conversa é muito importante para o paciente e também é muito importante o médico escutar o que o paciente fala. Isso é muito importante para a recuperação e melhorar ao paciente", falou Omar Rodriguez.

Médicos cubanos 2 PI
Médica cubana faz terapia contra vício em medicamentos

A médica cubana Olívia Rodriguez Gonzalez iniciou um trabalho com 42 mulheres de uma comunidade da periferia de Barras com atividades fisioterápicas para que rompam o ciclo fármaco, vício de medicamentos para dormir, medicamentos ansiolíticos usados como tranquilizantes e contra ansiedade.

O ciclo fármaco é formado por medicamentos como o diazepan, rivotril, contra insônia, antidepressivos e ansiolíticos.

"O resultado é que as mulheres não tomam mais cinco medicamentos que tomavam, estão mais alegres, perderam peso. São 42 mulheres integradas nas atividades fisioterápicas", falou Olívia Rodriguez.

O trabalho é realizado com mulheres do bairro Residencial Morada de Barras. São realizadas atividades físicas com as mulheres. A coordenadora de Atenção Básica de Barras, Saara Serafim, disse que o trabalho dos médicos cubanos é muito positivo no município.

"Foram muito bem recebidos pela comunidade. Hoje nós temos médicos pela manhã e tarde de segunda-feira a quinta-feira atendendo os pacientes da maneira adequada e a população está muito satisfeita.

Já estamos até ampliando a rede de atenção básica. Nós começamos com 17 equipes e nós estamos com 19. Graças a Deus estamos conseguindo isso porque, antes, nós tínhamos dificuldades com médicos porque eles só atendiam duas vezes na semana", falou Saara Serafim, adiantando que chegou a ficar seis meses sem médicos para atender a população na atenção básica. Hoje Barras tem seis equipes do Programa Mais Médicos.

Paciente Piaui Mais Médicos
"A médica pergunta, fala e sorri", diz vendedora em Piripiri

A lavradora e vendedora Maria Aparecida Ferreira, de 48 anos, estava sendo atendida no Posto de Saúde João Mariano dos Santos, no bairro Caixa D´Água, em Piripiri.

Ela vinha sendo atendida por um médico cubano que viajou de volta para Cuba e foi substituído por outra médica cubana, Maritza Duquen Labore. Maria Aparecida Ferreira diz que os médicos cubanos dão atenção ao paciente, fazem perguntas, ficam ouvindo o que o paciente tem a dizer e sorriem.

"O médico cubano é melhor, ele dá atenção a gente, pergunta, fica ouvindo, e explica o que gente deve fazer, orienta os exames. Eu achei melhor do que os outros, já fui atendido por vários médicos.

Os outros médicos não falavam, nem olhavam para a gente, não dava atenção, só escrevia no papel. O médico cubano ouve a gente, fala, sorri. Foi melhor, eu adorei", falou Maria Aparecida.

A estudante do curso de Administração na Universidade Estadual do Piauí (Uespi) Laiana Moreira, de 25 anos, faz acompanhamento e controle de sua diabetes no Posto de Saúde no bairro Caixa D´Água, em Piripiri, e é atendida por médico cubano do Programa Mais Médico.

"O tratamento é mais adequado, o médico cubano dá atenção, avalia o nível de glicemia (taxa de açúcar no sangue), faz exames. A diferença entre os médicos cubanos e os outros é grande.

Eles são mais atenciosos. Dão mais atenção, perguntam o que a gente está sentindo, já os outros não, só passam os exames. Os médicos cubanos perguntam antes de pedir e autorizar os exames", fala Laiana Moreira.

FONTE: Blog do Efrém Ribeiro (clique aqui)

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