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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, janeiro 06, 2015

Você já ouviu falar em GRILAGEM DE TERRAS?


Você sabia que algumas cidades do MS, segundo INCRA, declararam mais hectares (propriedade privada - exploração) do que realmente a cidade tem?
"Já para os municípios que excedem a área
cadastrada no INCRA em relação a área total do município, encontra-se em Amambaí pelo menos10% (42.114,19 ha), em Aral Moreira 3% (4.311,12 ha), em Caarapó 10% (21.032,15 ha), em
Dourados 10% (42.512,97 ha) e em Rio Brilhante 20% (77.980,10 ha)."
(OLIVEIRA, 2008).
Isso somente em terras devolutas. Imagina o estrago na parte da grilagem.
E você achando que o problema são os sem terras e os indígenas?
AGB - Associação dos Geógrafos Brasileiros - 2012
OBS: "Áreas devolutas - destinadas à demarcação das terras indígenas reivindicadas, aos remanescentes de quilombo, aos pequenos posseiros, à reforma agrária e à preservação ambiental." (OLIVEIRA, 2008).
*PrySilva

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