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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, julho 04, 2010






Aos que têm sede de justiça

Alguns não acreditaram quando, na tarde de quinta-feira, repercuti denúncia que recebi de que Datafolha e Ibope teriam coragem de fazer nova mudança drástica na tendência das suas pesquisas justamente no momento em que a candidatura Serra estava degringolando no âmbito da novela do vice de Serra e da briga do PSDB com o DEM, entre outras razões.
Antes de mais nada, quero provar que não fui surpreendido pelas pesquisas Datafolha e Ibope deste fim de semana, que mostraram reação de Serra. Durante o mês de junho, por várias vezes avisei, neste blog, que isso aconteceria. Abaixo, a relação dos posts em que denunciei o que os institutos ligados ao PIG e a Serra fariam:
Contudo, poucos perceberam que os tucanos brigam por cada vez menos, em termos de pesquisas. Primeiro, contrapunham Ibope e Datafolha a Sensus e Vox Populi para negar o encurtamento da distância entre Serra e Dilma; depois, agiam assim para negar o empate entre eles; agora, seguem a mesma linha para negar a ultrapassagem do tucano pela petista.
Mas com essas novas manipulações, que saltam aos olhos, as pessoas ficam desanimadas. Se eles zombam assim da lei, da investigação das pesquisas pela Polícia Federal, investigação que foi aberta pela Procuradoria Geral Eleitoral a pedido do Movimento dos Sem Mídia, é porque têm certeza de que não dará em nada.
Não é a primeira vez que a direita bandida, sonegadora, contrabandista e, agora se sabe, falsificadora de pesquisas, não acredita na Polícia Federal. Sendo econômico nos exemplos, lembro que a dona da Daslu, Eliana Tranchesi, e Daniel Dantas, o banqueiro de Serra, tampouco acreditaram na PF, mas só até irem ver o sol nascer quadrado.
Dirão que esses que usei como exemplo, continuam soltos. No caso de Daniel Dantas, aliás, o juiz da Suprema Corte Gilmar Mendes saiu da cama às 2 da madrugada para lhe conceder um habeas-corpus. Contudo, lembrem-se de que nem Tranchesi nem Dantas vivem de suas credibilidades, o que não é o caso dos institutos de pesquisa…
By: Blog da Cidadania

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