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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, julho 18, 2010

Brasil tem dono sim , o Povo consciente sabe abaixo a rede "g"blobo






[Sobre a Rede Globo] Abra os Olhos

Artigo muito bom para refletir sobre a alienante rede globo e suas estratégias de nos tornar iguaizinhos aos estadunidenses, ou seja, tapado, alienado, preconceituoso e demente. Leia o texto a seguir.

Ora, porque Huxley estava mais certo do que Orwell. O poder da propaganda (no Brasil travestida de jornalismo) é justamente esse: o de transformar os oprimidos pelo sistema em protetores auto-determinados do status quo. É preciso certo jogo de cintura, certa capacidade de observação mais treinada, mais educada, para enxergar a sutileza dos preconceitos e opiniões conservadoras da Rede Globo. São necessários também um senso crítico e uma memória histórica bem fundamentada para perceber o quanto essa emissora tem influenciado na formação da chamada "opinião pública" do povo brasileiro.

Ao se analisar a grade da programação diária e semanal da Globo, é impossível não perceber o quanto ela é voltada para a futilidade e a banalidade. No meio de todo o lixo dos programas de esporte, programas "femininos", programas de auditório sem nenhum propósito, novelas, novelas, novelas, e outras porcarias, estão os telejornais. Embora eu tenha certeza de que seus defensores alegarão que há uma função útil nos telejornais, a de informar a população, é difícil não verificar o quanto esses jornais são contaminados por opiniões da elite empresarial do país. Não que seus apresentadores manifestem diretamente tais opiniões. Eles não o fazem porque são baseados na mesma tríade imbecil perseguida por seus modelos nos EUA: imparcialidade, objetividade e equilíbrio; todos meras ilusões sem cabimento algum quando o critério mais importante, a verdade, é levado em consideração. Não existe imparcialidade alguma no tom usado pelo âncora do Jornal Nacional (quem quer que ele seja) quando ele fala de protestos anti-globalização em algum encontro dos G8, do FMI ou do Banco Mundial, em qualquer lugar do mundo. Para a Globo, fica sempre muito claro que aquilo é coisa da arruaceiro e rebelde-sem-causa. Que objetividade existe na escolha editorial de matérias sobre o luxo dos super-ricos, a vida privada de celebridades ou o novo clipe da bola-da-vez do mundo pop? Basta olhar para a opinião da Globo sobre o golpe contra Hugo Chávez em abril de 2002 para notar que não existe nenhum equilíbrio: a opinião da emissora é a opinião da Casa Branca.

É importante entender que as pessoas que defendem uma emissora como essa são as mesmas que defendem todo um modelo econômico e social corrupto e obsoleto. Elas nem sempre o fazem conscientemente ou pelos motivos reais. Muitas vezes elas estão apenas refletindo valores e conceitos que aprenderam como sendo os melhores, os ideais, os verdadeiros. Em todos os casos, elas estão erradas em fazê-lo, a não ser quando estão na ponta da corda que não vai arrebentar. Entendo que o filho de um barão industrial defenda a Rede Globo. Ele não faz a mínima ideia do que a realidade para as pessoas de verdade é. Tudo o que ele sabe vem da TV, de revistas como a VEJA, de aulas em escolas privadas de "altíssimo" nível. E por que deveria? A Globo defende todos os valores que o pai dele provavelmente também defende e vocifera na frente da tela, quando eles assistem juntos ao Jornal Hoje. Independente do que ele acredite ser certo ou errado, no mundo dele tudo vai ficar bem.

Agora, o motivo pelo qual um brasileiro comum, desses que tem que trabalhar por salário mínimo para sobreviver e sustentar a família, defende uma emissora dessas, é um pouco mais complexo. A Globo sempre se projetou como a dominante, a mais importante, a imbatível entre as emissoras. Para isso, ela utiliza de um certo método, de uma certa doutrina. Vamos usar como exemplo o Vídeo Show. Qual é o propósito do Vídeo Show? Ele é um programa da Rede Globo sobre os programas da Rede Globo. Todos os dias ele se lança a babar ovos sobre os atores da próxima novela, inventar saudosismo e nostalgia sobre as novelas antigas, entrevistar o galã do momento, etc. Depois de toda essa auto-adulação, como forma de se certificar de que o conteúdo foi aprendido, vem o Vídeo Game, que nada mais é senão isso, um exercício no fim da aula para avaliar o quanto a audiência da Rede Globo sabe sobre... a Rede Globo. Eu consigo enxergar o efeito que isso tem sobre o público a médio e longo prazo, estou certo de que muitas pessoas conseguem, também. Mas e o cidadão comum? Será que ele percebe?
Estamos diante de tecnologias que são capazes de dar fim a esse monopólio de atenção que a Globo possui sobre as mentes brasileiras. Para nos livrar da maldição do Domingão do Faustão ou do Fantástico, no entanto, será preciso educação. Não me refiro à porcaria da educação institucional, corrupta até a medula, fragilizada e viciada em vestibular. Me refiro a livros de não-ficção (e de preferência outros além da auto-ajuda), artigos e jornalismo verdadeiro, bem como uma contextualização histórica onde quer que ela seja necessária. De nada adianta a Web 2.0, a TV Digital ou as redes sociais se tudo que conseguimos produzir com isso é apenas uma repetição, um reflexo de nossa própria ignorância e imaturidade. É preciso desligar a TV para abrir o livro, ler o artigo e acessar a informação.
do mídiadosoprimidos

Da série: Pra relembrar

Olha o Cabeção aí...


docomtextolivre

Rede Globo e José Serra: Tudo a ver!


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