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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, julho 21, 2010

Fabricante brasileira anunciou a venda de 57 aeronaves ao preço de US$ 2,2 bi






EMBRAER

Embraer larga na frente da Bombardier em feira de aviação

Fabricante brasileira anunciou a venda de 57 aeronaves ao preço de US$ 2,2 bi. Já a canadense computou apenas nove pedidos


Foto: AFP

O presidente da Embraer, Frederico Curado (à esq), posa ao lado de Jim French, da Flybe, durante feira de aviões

Se as duas maiores fabricantes de aviões do mundo disputam cabeça a cabeça os pedidos de novos aviões durante a feira internacional de Farnborough, na Inglaterra, o mesmo não pode ser dito em relação à disputa entre a Embraer e a Bombardier. Ao final do segundo dia de evento, a empresa brasileira acumulava vendas de 57 aeronaves avaliadas em US$ 2,2 bilhões, número seis vezes maior do que a concorrente canadense.

O maior pedido da Embraer foi feito pela britânica Flybe, que encomendou 35 E175, que tem capacidade para transportar 88 passageiros. A compra está avaliada em US$ 1,3 bilhão. Já a empresa de leasing de aviões Air Lease Corp anunciou a aquisição de 15 E190, um negócio de US$ 600 milhões. Na manhã desta terça-feira, duas companhias aéreas brasileiras revelaram a compra de sete aeronaves: cinco para a Azul e dois para a Trip, um total de US$ 300 milhões.

Durante os dois dias realização da feira, as duas maiores fabricantes de aviões do mundo, a Boeing e a Airbus, anunciaram a venda de 243 aeronaves que, juntas, estão avaliadas em US$ 23 bilhões. Nessa disputa, a Airbus está um pouco na frente: comercializou 122 aviões, um a mais do que a concorrente americana.

Neste ano, a feira internacional de aviação está sendo realizada no Aeroporto de Farnborough, nos arredores da cidade de Londres, capital da Inglaterra, e envolve 1.300 expositores de 38 países. No próximo fim de semana, a feira será aberta para o grande público. A estimativa é que a exposição, que ocorre desde 1948, receba cerca de 250 mil visitantes.

Quando Serra perdeu em 2002, o emprego ganhou

Durante muitos anos o Brasil foi o país do biscate, da “viração”, do jeitinho, do “arrumar algum”. O emprego com carteira assinada passou a ser um sonho tão grande que até virou bandeira de campanha eleitoral – você se lembra que a velha carteirinha azul, criada por Vargas, virou até mesmo peça de campanha de Serra em 2002?

Como Serra perdeu, a carteira assinada ganhou.

Em 2010, pela primeira vez, o total de trabalhadores com carteira assinada superou 50% – 51,1%, para ser exato – da mão de obra ocupada nas seis maiores regiões metropolitanas do país, segundo revela uma pesquisa de emprego e desemprego do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), e que é mostrada na edição de hoje do Valor Econômico.

Durante o Governo Fernando Henrique, na Grande São Paulo, o número de empregos com carteira assinada não apenas não subiu como teve uma pequena queda: passou de 3.137 mil para 3.130 mil, sete mil carteiras assinadas a menos. Subiu foi o trabalho informal; de 775 mil para 1,09 milhão.

E no período Lula? O número de carteiras assinadas na região metropolitana de São paulo subiu para 4,607 milhão – 1,5 milhão de carteiras assinadas a mais. Os “biscates”, tiveram até uma pequena queda: de 1,09 para 1,075 milhão.

Para o economista Sérgio Mendonça, do Dieese, a aceleração do crescimento é a principal explicação para o avanço da formalização. De 2004 a 2008, o país cresceu a uma média de 4,8% ao ano. Em 2009, a economia encolheu 0,2%, mas já retomou um ritmo forte de expansão, devendo avançar mais 7% este ano. Há outros fatores que ajudaram o emprego formal, lembra o economista do Dieese. Um deles foi a aprovação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, que entrou em vigor em julho de 2007, já no segundo mandato do presidente Lula. Conhecida como Supersimples, a lei acabou barateando a contratação com carteira para empresas de menor porte.

Se não houver mudança nas metas de crescimento traçadas no governo Lula, com a eleição de Dilma, o trabalho informal virará algo residual, restrito às atividades e situações onde ele é, por natureza, o regime natural de emprego. A regra, para a generalidade dos trabalhadores, será aquele documento que, para as elites, é arcaico e “custo Brasil”, mas que para a população significa direitos, descanso, segurança, vida.

dotijolaço

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