Em meio a um acalorado debate parlamentar em que representava o primeiroministro, Nick Clegg dirigiu-se ao antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, pedindo que assuma responsabilidades pelo seu papel na "decisão mais desastrosa de todas: a invasão ilegal do Iraque". (Foto Liberal Democrats/Flickr)Por Redação Alguns especialistas em Direito Internacional afirmam que as declarações colocam o Reino Unido em uma posição mais delicada no caso de haver processos nos tribunais internacionais. "Uma declaração pública de um ministro no Parlamento é uma declaração em que um tribunal internacional estaria interessado, ao formar uma opinião sobre se a guerra foi ou não legal”, disse Philippe Sands, professor da University College de Londres. Logo após as declarações do vice-primeiro ministro, uma porta-voz do nº 10 de Downing Street apressou-se a esclarecer que o governo de David Cameron não tomou nenhuma posição sobre a legalidade da guerra, sublinhando que Nick Clegg falava enquanto líder do Partido Liberal e não enquanto vice do governo de maioria conservadora. Questionados pelos jornalistas sobre como se saberia no futuro se Clegg falava em nome do governo ou dele próprio quando intervém na Câmara dos Comuns, a porta-voz respondeu que ele tem o direito de expressar a sua opinião. A publicação de documentos classificados no âmbito do relatório Chilcot mostra que o procurador geral Lord Goldsmith avisou Blair que invadir o Iraque sem autorização do Conselho de Segurança poderia levar a uma acusação posterior do país num tribunal internacional. Mas mudou de posição pouco antes da guerra, após os militares exigirem a sua autorização legal à invasão e assim escaparem a eventuais processos judiciais no futuro. Por Esquerda.net. |
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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sexta-feira, julho 23, 2010
A Guerra do Iraque é ilegal cadê os processos?
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