Com a ajuda da Globo
“Brasil tem o 3º. pior índice de desigualdade do mundo”, segundo a ONU.
A privação das mulheres e das mulheres negras é a pior.
A manchete do Globo é do tamanho de um outdoor.
Tem o objetivo de desmoralizar o presidente Lula e a Dilma que instalaram as políticas sociais no centro de suas políticas.
É como se o Globo dissesse: eles são uns farsantes !
Fazem o Bolsa Família para isso.
Se a Carolina Brígido, a repórter que leu os dados da ONU tivesse consultado a urubóloga Miriam Leitão, mesmo a urubóloga teria sido capaz de recomendar leituras complementares.
Por exemplo, os estudos do economista Ricardo Paes e Barros, do IPEA, que mostram:
1) que a renda dos pobres aumentou;
2) a desigualdade diminuiu, SOBRETUDO NO GOVERNO LULA.
A urubóloga teria recomendado os estudos do profesor Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas.
Foi ele, Neri, quem primeiro instalou na pauta da discussão a vertiginosa ascensão da Classe C.
Clique aqui para ler:
Em 1992, a classe média era um terço do total da renda brasileira.
. Hoje, é mais de 50%.
. Entre 2003 e 2008, 32 milhões de brasileiros, ou seja, metade da população da Franca, ingressou no conjunto das classes A, B e C. O principal fator dessa ascensão não foram os programas assistenciais, mas a renda do trabalho.
. Entre 2003 e 2009 foram criados 8 milhões de empregos com carteira assinada.
. Pode-se dizer também que essa é uma década da redução da desigualdade.
. Entre 2000 e 2008 a renda dos 10% mais pobres da população cresceu 72%. Ou seja, o crescimento da renda dos pobres no Brasil é um crescimento de tamanho chinês.
. A renda dos 10% mais ricos cresceu 11%.
. Todo mundo cresceu.
. É uma bolha?
. Não, frisou Neri. Esse processo já dura cinco anos: de 2003 a 2008 a renda do brasileiro cresce 7% ao ano. Ou seja, não é bolha porque a renda sobe por causa do trabalho e porque os brasileiros passaram a estudar mais.
. Trabalhar e estudar são coisas que ficam, não vão embora como uma bolha.
. A queda na desigualdade é inédita.
. No anos 60 o Brasil viveu o período mais desigual da sua história. O Brasil tinha a terceira pior distribuição de renda do mundo.
. Hoje é o décimo. Quer dizer, é um país ainda muito desigual, mas se a desigualdade continuar a cair, será um país de desigualdade tolerável.
. O importante é que o Brasil cresce em baixo. O crescimento econômico do Nordeste é igual ao da China.
E por que essa impressionante mobilidade vertical ?
Por causa do aumento real do salário mínimo.
Por causa do aumento do emprego.
Por causa da banqueirização dos pobres.
Por causa do aumento da escolaridade.
Por causa do Bolsa Família.
O que impede que a renda se distribua mais rapidamente ?
A Globo.
A Globo é contra qualquer política de intervenção social, a começar pelo Bolsa Família.
A Globo é contra o ProUni.
A Globo é contra as cotas raciais.
O Cardeal Ratzinger, o cérebro da Globo, Ali Kamel, é um especialista na matéria: ele é capaz de provar que as cotas raciais provocam desarranjo intestinal.
A desigualdade não cai mais rápido por causa do PiG (*).
E porque a elite brasileira – de que a Globo é o porta estandarte -, como diz o Mino Carta, é a pior do mundo.
Nisso, somos realmente campeões.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
A manchete de hoje do jornal O Globo - Brasil tem o 3° pior índice de desigualdade do mundo – provavelmente poderia ter sido publicada em qualquer dia dos últimos 20 anos. À parte o fato de estar mal redigida – o correto seria “o 3º maior”, porque não poderíamos dizer, por exemplo, que a Noruega tem o “3º melhor índice de desigualdade” – esta situação de desigualdade econômica é o fruto de um modelo econômico que se implantou com todo o apoio e solidariedade do império Globo e que só com muito esforço começa a ser mudada, apesar de suas sistemáticas campanhas contra todos os líderes políticos que buscam ou buscaram melhorar a distribuição de renda no Brasil.
Assim foi com Getúlio, com Jango, com Brizola e, agora, com Lula. Os governantes que concentraram a renda – os ditadores do período militar, Sarney, Collor, Fernando Henrique – só passaram a receber críticar do jornal depois que se tornaram bagaço, inservíveis a seus planos.
Há, entretanto, algo bom em O Globo. É que ele nos estimula o hábito da leitura. Sim, porque é preciso ler quase um palmo de matéria para chegar ao fato que a manchete esconde. Está lá, no meio, quase, do texto: “No caso do Brasil, porém, a desigualdade caiu fortemente nos últimos anos…”
Bom, como o relatório que o jornal dos marinho usa para sua manchete fala que os dados são do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o blogueiro aqui foi lá no site da instituição, e encontrou a matéria da qual reproduzo um trechinho:
“Apontado até o Relatório de Desenvolvimento Humano 2005 como referência de desigualdade, o Brasil é apresentado no RDH 2006 como exemplo de melhoria na distribuição de renda. “A boa notícia é que a desigualdade extrema não é algo imutável. Nos últimos cinco anos, o Brasil, um dos países mais desiguais do mundo, tem combinado um sólido desempenho econômico com declínio na desigualdade de rendimentos (…) e na pobreza”, sustenta o texto.”
Na matéria existe um gráfico que mostra que o índice de desigualdade na distrbuição de renda vem caindo no atual governo, em relação ao registrado no Governo Fernando Henrique Cardoso. Vocẽ pode observar aí ao lado e embora o dado final, ali, seja 2006, qualquer pessoa sabe que de lá para cá cresceram os empregos e os salários das parcelas mais pobres da população. Aliás, não dá para entender se o “situação brasileira melhorou recentemente” de um subtítulo interno se referia a um informação perdida no contexto da matéria, de que o índice de 0,56 (quanto mais alto, pior) que nos colocaria na terceira posição em injustiça é o atual ou se vale o que está escrito no texto , que “em 2008, o índice de Gini estava em 0,515″. A matéria esclarece, burocraticamente, que no tal “ranking” se considera “o último dado disponível onde era possível a comparação internacional”. Mas não registra quando foi isso.
Como a matéria se presta ao “neo-socialismo” de O Globo, não tem importância que você entenda, basta achar que o Governo Lula está afundando o Brasil na miséria. Aliás, como agora é um campeão da igualdade, bem que o O Globo poderia fazer um baita editorial aplaudindo Hugo Chávez. A reportagem, en passant, fala que a venezuela é um dos países com mais igualdade na distribuição de renda – índice de 0,49 .
Se tivesse um pouco mais de trabalho em apurar veria que a Comissão Econômica da América Latina – a Cepal, aquela mesmo do FHC – apontou o país de Chávez como o que mais avançou na distribuição de renda, segundo a sua secretária executiva Alicia Bárcenas, e seu índice Gini estaria em 0,41.
Quem sabe O Globo, agora investido no papel de “justiceiro social” não se interessa pela pauta?
dotijolaço
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