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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, julho 22, 2010

Lula Chora, o da Costa e o SS erra são "omen que não choram






Lula chora ao fazer avaliação de governo em entrevista exclusiva ao Jornal da Record

22 de julho de 2010


O momento mais emocionante da entrevista do Presidente Lula ao Jornal da Record
As outras partes aqui:




Adriana Araújo: Lula detona a Veja e espera que Serra não fique só na Globo

Lula diz que Serra foi insano

por Adriana Araújo, em seu blog

O presidente Lula rebateu pela primeira vez a acusaçāo do candidato à presidência Josė Serra que ligou o PT as Farc – as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. “Eu fico triste quando eu vejo um homem, sabe, com a história do Serra, dizer que o PT é ligado as Farc. O mínimo que eu esperava do Serra é que ele respeitasse o PT. O Serra sabe que temos afinidade histórica, a gente pode ter divergências políticas e ideológicas agora, mas ele jamais poderia dizer uma insanidade dessas”, afirmou o presidente.

A declaração foi dada durante a entrevista exclusiva que fiz com o presidente para o Jornal da Record. Lula comentava o clima de baixarias na campanha presidencial com troca de insultos e acusaçōes, antes mesmo do início da propaganda eleitoral obrigatória na TV. “Quem fizer a campanha da baixaria vai perder a eleição descaradamente, quem fizer jogo rasteiro vai perder a eleição” disse Lula.

O primeiro a levantar a acusação contra o Partido dos Trabalhadores foi o candidato a vice-presidente de Serra, o deputado Indío da Costa (DEM-RJ). Ele chegou afirmar que, além de ligação com o grupo, o PT tambėm era ligado ao narcotráfico e a guerrilha na Colômbia. Mas não apresentou provas.

O deputado Indio da Costa foi criticado atė por integrantes do PSDB, por ter se excedido com as palavras. Mas, pouco depois, Serra endossou parte das acusações do vice dizendo que todos sabiam da ligação dos petistas com as Farc. Serra, no entanto, ressaltou que isso não significaria que o PT tivesse envolvimento com o tráfico de drogas.

Durante a entrevista, questionei o presidente se ele gostaria de falar pessoalmente com o candidato Josė Serra sobre as acusações. “Estou falando com vocês. Espero que ele ouça”, respondeu Lula. “Espero que ele tenha abertura suficiente para ver outro canal de televisão”, concluiu.

Na entrevista, Lula também comentou o editorial da revista Veja, publicado no último fim de semana, o texto da revista faz duras críticas ao presidente por ter sido multado seis vezes por propaganda eleitoral irregular para a candidata do PT Dilma Rousseff. A revista tambėm mostra Lula com uma coroa sobre a cabeça, um rei acima das leis.

Quis saber do presidente como ele responderia às críticas, Lula afirmou: “eu não leio essa revista. Por mim tanto faz. Eles podem escrever o que eles quiserem. Podem falar o que quiserem de mim. E eu posso dizer o que penso da imprensa. Só não falo tudo porque ainda sou presidente”.

“Vai falar um dia?”, perguntei em seguida. “Um dia, quem sabe…”, repondeu vagamente o presidente Lula.

doviomundo

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