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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, julho 22, 2010

Governador do Mato "grosso" e violento






André Puccinelli

“Pode mais” é tapa na cara para governdor serrista

O Governador André Puccinelli, velho protagonista de grosserias – como aquela em que disse que ia estuprar o Ministro Carlos Minc em praça pública, deu outro show de civilidade hoje, no bairro Aerorancho , em Campo grande, capital do Mato Grosso do Sul. Abordou moradores e forçou um elogio:

- “Você lê jornais? Você notou quanto que esse governador já fez por Campo Grande e pode fazer muito mais?”.

Rodrigo de Campo Roque, 23 anos, montador de acessórios para automóveis, não titubeou:

- “Li também que o senhor é ladrão”

E aí veio o tapa na cara, assistido por dezenas de pessoas. E o rapaz foi em cana, levado pela PM do Governador.

Puccinelli é da ala serrista do PMDB.

No Governo Serra, quem sabe iria chefiar o Itamaraty?

Governador agride, e vítima é quem vai preso

Roque sequer pode esboçar reação, sendo dominado pelos policiais que faziam a segurança e foi preso em uma viatura policial, encaminhado ao Cepol (Centro Integrado de Polícia Especializada).

Cabe lembrar que Puccinelli é, em último grau da hierarquia, o poderoso chefão da polícia, pois está no exercício do cargo de governador.

Na delegacia, a vítima da agressão "foi convidado" a assinar declaração de que “cometeu injúria real contra o governador” (segundo o Estadão), só sendo liberado as 2h da madrugada de hoje, pelo delegado do Cepol, Paulo Henrique Sá

dosamigosdopresidentelula / tijolaço

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