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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, julho 19, 2010

Mídia Golpista contra o Brasil até o Mundo ta vendo isso






O boicote brasileiro ao pré-sal

Ontem, o Financial Times – mais importante jornal de negócios do planeta – publicou ampla matéria sobre o início da produção do pré-sal.
O jornal estranhou o pouco destaque na mídia e no próprio Blog da Petrobras. Interpretou como cansaço do país pelo excesso de loas ao pré-sal.
Do lado da Petrobras, provavelmente o correspondente se esqueceu de mencionar que a empresa está em fase de silêncio – imposto pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), devido ao próximo lançamento de ações da empresa. Mas entendeu as limitações eleitorais, para explicar o discurso mais moderado do governo.
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Aí, se estende sobre a maneira como a grande imprensa praticamente ignorou o episódio. Alertou para a "complacência que ameaça o Brasil". Diz que, depois dos sucessos dos últimos anos, "muitos brasileiros dão a impressão que o trabalho já está feito. A colheita do pré-sal já está depositado. Mesmo a descoberta de 4,5 mil milhões de barris no campo de um novo chamado Franco maio foi recebida com indiferença".
Nada a ver com a opinião pública em geral e com a opinião dos especialistas em particular. Mas com um vício recorrente que tirou toda a objetividade de alguns grandes jornais.
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Do lado da mídia, a cobertura foi incompreensível. Pouco se falou do início da exploração. Mas O Globo saiu-se com uma manchete escandalosa, informando que enquanto na Europa se reduz a exploração na plataforma marítima, devido ao acidente da British Petroleum no Golfo do México, no Brasil se acelera.
De repente, passa-se a acusar o Brasil de pretender se beneficiar de suas próprias riquezas naturais, sem informar que, no caso da Europa, o recuo na produção marítima se deveu ao esgotamento de suas jazidas, apenas isso.
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Acusou-se a Petrobras de ignorar o acidente da BP, como se a falha fosse dela, não da BP. Há anos a Petrobras possui um sistema de válvulas automáticas, que impediriam qualquer tipo de acidente similar ao que ocorreu com a BP.
Lá, por questão de economia, as válvulas eram manuais. Quando ocorria algum problema no poço, não fechavam automaticamente a saída do petróleo. Pela tubulação vinha então aquele fato de petroleo e fogo. Para salvar-se, os operadores fechavam repentinamente as válvulas, fazendo com que a explosão se desse na entrada do petróleo.
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O clima eleitoral parece ter contaminado toda a cobertura. Qualquer notícia positiva para o país é escamoteada, com receio de que possa beneficiar um dos candidatos. Joga-se vergonhosamente contra o país, forçando manchetes para prejudicar o lançamento das ações da Petrobras, como se o que estivesse em jogo fossem apenas as próximas eleições, não a construção do futuro do país, com esse presente dado pelos céus.
"Acusa-se" o país de pretender se beneficiar do pré-sal! O que esse povo pretende? Que se abra mão de uma riqueza que poderá alavancar o bem estar de todo brasileiro?
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É um clima irrespirável, que não terá continuidade após as eleições. Aí, será necessário um grande pacto entre as novas lideranças da oposição e o próximo governo, visando blindar os interesses do país do jogo político rasteiro.
Nassif
By: Gilson Sampaio
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