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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, julho 21, 2010

Os EUA querem mais estado menos lucros






Stone defende nacionalização do petróleo nos EUA

Falando em petróleo e segurança na sua exploração, o cineasta americano Oliver Stone (foto) disse, nesta terça-feira, em Londres, que o vazamento de petróleo no Golfo do México mostra que os Estados Unidos deveriam seguir o exemplo dos países latinoamericanos e nacionalizar a exploração de seu petróleo.

Em entrevistas concedidas em Londres, disse que o petróleo e outros recursos naturais “pertencem ao povo e são importantes para ser deixado sob o controle privado. “Este derrame de petróleo da British Petroleum é algo típico do que acontece quando se permite que uma indústria privada trate apenas como lucro o que deveria ser um bem púbico”, disse Stone, vencedor de vários “Oscar”

Nem a indústria do petróleo, nem a da saúde nem as prisões deveriam ser fontes de lucro privadas, são atividades esssencialmente públicas.

Amanhã ou depois, assim que traduzir, publico trechos da carta onde Oliver Stone rebate as críticas do jornalista Larry Rother, do NY Times, ao seu filme “Ao Sul da Fronteira”, que está sendo lançado na capital inglesa.

dotijolaço

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