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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, julho 08, 2010

Petrobras como bom filho do Brasil






Stanley Burburinho: por que havia tanto acidente na Petrobrás do FHC ?


Plataforma P-36, que afundou nos anos cinzentos de FHC

Plataforma P-36, que afundou nos anos cinzentos de FHC

O Conversa Afiada reproduz comentário de Stanley Burburinho, o implacável caçador de corruptos.

Quem é Stanley Burburinho?

Clique aqui para ler o desabafo do petroleiro que enfrentou FHC.

Stanley Burburinho:

Fui atrás de mais informações e encontrei um site da empresa Ambiente Brasil que registra os principais acidentes da indústria petrolífera no Brasil e no mundo e lá encontrei as seguintes informações sobre o Brasil:

1 – Principais Acidentes com Petróleo e Derivados no Brasil:

No Brasil entre 1994 e 2004, ocorreram 46 acidentes com petróleo e derivados. Só nos anos de 2000 e 2001 ocorreram 25 acidentes.

- O último acidente com petróleo e derivados ocorreu em 15 de novembro de 2004.

Faz mais de cinco anos que não temos acidentes com petróleo e derivados. Qual a explicação?

2 – Acidentes em Plataformas de Exploração no Brasil:

- No Brasil entre 1995 e 2001, ocorreram seis acidentes com plataformas de exploração. Desses seis acidentes, cinco foram na Bacia de Campos que iniciou com o afundamento da P-36 e todos esses acidentes ocorreram em 2001.

- O último acidente em plataforma de exploração foi em 19 de setembro de 2001.

Faz mais de 8 anos que não temos acidentes em plataformas no Brasil. Qual a explicação?


http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./agua/salgada/index.html&conteudo=./agua/salgada/vazamentos.html


Petroleiro aposentado conta como enfrentou FHC


A ordem na Bahia era cortar, cortar custos, para desmanchar a  empresa e vender

A ordem na Bahia era cortar, cortar custos, para desmanchar a empresa e vender

O Conversa Afiada publica comentário do amigo navegante Antonio:

Antonio Deiró

Trabalhei na Petrobrás de julho de 1969 a março de 2001, com muito orgulho e dedicação. Estou aposentado e tenho plena consciência de ter ajudado a transformá-la na grande empresa que é hoje.

Atravessei todo o péríodo de FHC, peitando os gerentes subservientes que aderiram ao projeto de entregar a nossa empresa. A LUTA FOI ÁRDUA, MAS VALEU A PENA. Aqui na Bahia, como em todo o Brasil, a ordem era reduzir custos reduzindo pessoal, para poder privatizá-la. Terceirizaram tudo, até a perfuração de petróleo. Cortaram os custos de manutenção dos dutos e começou a pipocar vazamentos Brasil afora.

Tudo para denegrir a imagem da empresa e nos humilhar, para que parássemos de lutar.Tenho orgulho de dizer que a única unidade da Bahia onde não houve redução de pessoal foi na que eu trabalhava (Unidade de Processamento de Gás Natural, em Pojuca, Bahia, a primeira a processar gás no Brasil, inaugurada em 1962 ).

Sem falsa modéstia, graças ao meu empenho pessoal e o apoio de todo o grupo sob minha liderança. Eram apenas 25 colegas de turno (cinco para cada turma), mas se em todas as unidades houvesse a resistência que houve na nossa, ninguém seria demitido, transferido, ou afastado. Argumentei, expus em reuniões e através de e-mail os riscos em reduzir pessoal, enfim, peitei os gerentes incompetentes e eles recuaram. Mostrei que poderíamos reduzir custos aumentando a produtividade e assim fizemos.

Foram momentos difíceis, mas conseguimos dobrar os lacaios. Hoje, esses gerentes são uns párias e a Petrobrás é orgulho de todo brasileiro.

doconversaafiada

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