A dor da perda de um quadro de Portinari
Foi com muita tristeza que li hoje no Jornal do Comércio, do Recife, a notícia sobre o roubo da tela “Enterro”, do nosso grande e querido pintor Cândido Portinari, do Museu de Arte Contemporânea, em Olinda. A cada notícia de roubo de quadros de museus brasileiros, parece que retiram um pedaço de cada um de nós. É como se nossa identidade ficasse ferida pela perda de uma parte dela mesma.
O quadro roubado em Olinda é um pequeno óleo de 0,23 x 0,33m da fase azul de Portinari, mas como toda a sua obra é impregnada de brasilidade. Nele, quatro homens simples carregam um caixão de criança, um retrato pungente da mortalidade infantil tão comum nas cidades do interior do Brasil antigamente. Portinari expunha o Brasil profundo aos brasileiros, com suas glórias e suas mazelas.
Portinari dedicou toda a sua vida à pintura e mesmo sabendo estar se intoxicando com as tintas continuou a pintar até sua morte, em 1962. Quem rouba ou ordena o roubo de uma tela do pintor desrespeita sua vida e seu compromisso com o Brasil. Torço para que a tela seja recuperada, como aconteceu com outros quadros famosos, e devolvida para a apreciação de todos os brasileiros
dotijolaço
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