PROGRAMA STOP A DESTRUIÇÃO DO MUNDO 91
Necessidade de retornar à real democracia
Lincoln dizia que a verdadeira democracia consiste em que “O poder tem que ser do povo, para o povo e pelo povo”, e o governante deverá não apenas ser eleito pelo povo, mas trabalhar para a população. Os altíssimos ideais da verdadeira democracia na América nascente é que levaram os Estados Unidos ao enorme desenvolvimento que teve, e a decadência da nação veio quando o poder econômico-financeiro limitou e impediu as bases democráticas de funcionamento do país, através da especulação, trusts, cartéis, controle da mídia, lobbies etc. Isso levou ao artificialismo em que o ser humano atual vive, que o leva ao estresse, por ser obrigado a ter uma existência contra a vida, a natureza e o bem. Thomas Jefferson, que redigiu grande parte da Constituição Americana, teve muitos cuidados em limitar o poder e garantir a liberdade de consciência: “A Escola e a Imprensa têm de ser livres para evitar a corrupção e a decadência da nação”. Ele percebeu que se a pessoa que galga o poder for muito desequilibrada causará enorme estrago à nação, por dar total vazão a sua patologia.
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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
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