Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, janeiro 13, 2012

Charge do Dia

http://www.tijolaco.com/wp-content/uploads/2012/01/classe_media_sieber_01.jpg
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjn3eMods_bkziI_cuNjABiJVEh23UVfz2JC1uGAetBwnQr7rId9aNItcerfrB3FfrAl-4Ll-SH1mq0ezErB3l4xTXvCEu9wJE9d_xEz0gzl2qRLHTn4j54KA6dGWZ1-I-5JT0_0v1PgOxc/s1600/papelpig1.jpghttps://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyZlzElbIsuUIS1RycVplrsmdH5Aq19GA_ZdCg5D4o0NWIAuEzk4IVp5U0-BfX9iWhZwnUTvxlZqj0FhE2s4c3qLaBT7nZceD-RZrbZkX4gCPDW8Ags_IcMIgs9HC1s1VCC5r9Nb7KoR0/s1600/bbbosta.jpghttp://4.bp.blogspot.com/-cdLMDtagd0Y/Tw9UyDjh7VI/AAAAAAAAIQE/GOBRNyosVNE/s1600/maringoni-crack.jpghttp://3.bp.blogspot.com/-M-HRRbwNYmI/TxAQza9tt_I/AAAAAAAAIQM/W274yt38wNs/s1600/Allan-sieber-lixo.gifhttps://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEc5bG8OqD8JU4VtWuncAsN_lzr9EaTlXh69Ul_RkuMZciMROQ5v6TAyb3-ZifQ-PNw4UheZMhw5SMopm6xM0f2rSP7A5Ozpa5VAEZpKTfn6xZADn7jwGI-q0eWyxdz_TVFzovF-HhkAnt/s1600/neoliberal.jpghttp://www.conversaafiada.com.br/wp-content/uploads/2012/01/charge-bessinha_terapia-cracolandia1.jpg[image%255B4%255D.png]https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaFMP272Oz-ZsdReeuFzz1yp5iV_be_hPRK7oTa1dviOjJwFxUeRV-xpvNfN3e0wkct17WmB25xWuOK0iamP3nqJIlApt80BycI4H54LS9JC4tUE9ZJ6Yvjmu0_OpyxNTZ1JFz5fNZ8Jno/s1600/bessinha_985.jpg

Nenhum comentário:

Postar um comentário