CONHEÇA O NOVO HOMEM FORTE DA CHINA
Xi Jinping, a 5ª geração no poder na China |
Xi Jinping, atual vice-presidente da China, é o homem que vai comandar os destinos de 1,3 bilhão de chineses e da segunda economia do planeta a partir do ano que vem. Até pouco tempo atrás, Xi era bem menos conhecido que sua mulher, a cantora de música folclórica Peng Liyuan. Ele não era o candidato do atual presidente, Hu Jintao, mas desde a traumática sucessão de Mao Tsé-tung, em 1976, a liderança chinesa vem conduzindo os processos sucessórios coletivamente e de maneira equilibrada, de modo a evitar as tensões comuns num regime de partido único.
A família de Xi Jinping |
O futuro líder nasceu em junho de 1953 na província de Shaanxi, região pobre do noroeste da China. Seu pai, Xi Zhongxun, foi um comunista histórico, vice-primeiro-ministro de 1959 a 1962, mas que caiu em desgraça com a Revolução Cultural Proletária de 1966-1976. Pelos supostos “pecados” de seu pai, Xi foi enviado ao campo para ser “reeducado” quando tinha menos de 15 anos. Por esse motivo, o futuro dirigente se recusou a aderir ao Partido Comunista durante os tempos de Mao Tsé-tung e dos Guardas Vermelhos.
Quando Deng Xiaoping venceu a luta pelo poder contra a “Guangue dos Quatro”, em 1978, Xi Zhongxun foi nomeado governador da província de Guangdong, no sul da China, para implementar na região as reformas econômicas iniciadas naquele período pelo “pequeno timoneiro”. Mesmo reabilitado, o veterano comunista mostrou sua independência de espírito ao condenar a repressão aos estudantes que protestavam na Praça da Paz Celestial, em Pequim, que culminou no massacre em junho de 1989, comandado por Deng.
Formado em ciências sociais, Xi Jinping trabalhou na província de Fujian, leste da China, onde ganhou fama de gestor avesso à endêmica corrupção que assolou o país depois a abertura econômica. Em 2007, foi enviado a Xangai para substituir o dirigente local envolvido num megaescândalo. Desde então, a ascensão de Xi foi meteórica: enviado a Pequim, organizou os Jogos Olímpicos de 2008, ganhou a supervisão de Hong Kong e da escola de quadros do partido, que forma a nomenklatura da China. Ao mesmo tempo, ascendeu na hierarquia do PCCh e do Estado.
Xi é da 5ª geração de líderes da Revolução Chinesa. Os dois primeiros (Mao e Deng) foram dirigentes históricos; os dois seguintes (Ziang Zemin e Hu Jintao) resultaram do consenso da cúpula do Partido Comunista. Para a liderança partidária, não importa o nome do dirigente, desde que ele siga o roteiro estabelecido coletivamente. A China hoje é dirigida por gestores que tentam lidar com o desafio de continuar crescendo - a fórmula para manter a legitimidade - em meio a um mundo em crise.
“A China não exporta fome, revolução, nem pobreza”, disse Xi Jinping certa vez, advertindo contra os que brandem contra a “ameaça" chinesa. É uma indicação, como disse Henry Kissinger, de que os chineses continuam preferindo o wei qi (jogo tradicional chinês, conhecido no Brasil pela variante japonesa go) ao xadrez. Neste, dominante no Ocidente, a estratégia é a derrota total do adversário, com o xeque-mate; no wei qi, o objetivo é cercar as pedras do adversário, comendo-lhe pelas bordas.
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