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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, janeiro 15, 2012

Globalização para a escravidão dos povos

 A Ruína da Sociedade

A Revolução no mundo árabe, os movimentos de protesto que começaram com a acção "0cuppy Wall Street" nos EUA, em Londres e noutras cidades europeias que irromperam o Verão passado, são consequência das desigualdades sociais, estima Boris Kagarlitski, director do Instituto para a Globalização e  Movimentos Sociais.

Parece que de seguida, não se fará nada a não ser imperar. Os economistas do GEF realçam que tanto os países ricos como os emergentes, fazem parte do grupo de risco. Nos países desenvolvidos, os manifestantes denunciam a perda do estatuto social, qualidade de vida e direitos sociais. Nos países emergentes exigem o aumento dos salários.  Finalmente, de acordo com economistas do GEF, a diferença entre as receitas e o déficit orçamental crónico poderiam empurrar a política e a economia global para o populismo, nacionalismo e proteccionismo.
 

A política liberal dos EUA desenvolvidos é responsável por este fenómeno, diz ainda Kagarlitski: "A política orientada pelo mercado livre, conduziu à polarização da riqueza e da pobreza. A polarização provoca à partida o empobrecimento da maioria. Esta política é conduzida a fim de maximizar a riqueza daqueles que estão no topo do sistema e, nesse sentido, é eficaz, mas o preço é a ruína da sociedade como tal ", disse o especialista RIA Novosti.

Segundo ele, a classe média é a base da estabilidade da sociedade, mas pode existir apenas no contexto de uma política democrática. A política liberal destroí a classe média.


Alguns analistas dizem que o ponto de viragem fo no início de 1980, quando Margaret Thatcher se tornou primeiro-ministro britânica, e Ronald Reagan foi eleito presidente dos EUA. Sugeriram ideias de valores do individualismo e de mercado livre como uma ideologia dominante, destruindo a sociedade tradicional, baseada nos princípios de prosperidade geral, observou Boris Kagarlitski e Clive Bloom Professor Emérito da Universidade de British Middlesex. 

"A premissa da promoção da política económica foi suspensa pelo  presidente dos EUA Richard Nixon com  convertibilidade do dólar em ouro", disse Boris Kagarlitski. 

"O abandono do Estado social em favor do neoliberalismo ocorreu em 1971, quando Nixon aboliu o dólar do padrão-ouro. Isso causou uma escassez global de dinheiro, porque previamente o dinheiro correspondia ao ou -. mesmo que o dinheiro desvalorizasse, havia o ouro. Após o abandono do padrão-ouro, o dinheiro já não estava garantido, e é por isso que o governo estava com medo de notas de impressão. Começamos a justificarnos para imprimir fora do padrão, dizendo: "você não pode permitir isto ou aquilo", disse o especialista. 

"Há 30 anos atrás o mundo estava mais pobre do que hoje, mas "mesmo em países com pessoas relativamente pobres poderiam beneficiar de educação gratuita, saúde e muitos outros serviços sociais. "Hoje já não existem... os governos queixam-se de não ter dinheiro para esse fim". A falta de protecção social agrava o problema da desigualdade entre ricos e pobres, o que poderá eventualmente levar a motins, guerras e revoluções" disse o especialista. 

Os problemas em Londres e outras cidades europeias têm mostrado que o mundo poderia voltar aos dias da luta de classes, reconhece Clive Bloom. "Deixo em aberto a possibilidade de que em certo sentido, podemos voltar à luta de classes, apenas se designa de forma diferente:. É tudo sobre consumo e assuntos económicos", comentou numa entrevista com RIA Novosti.
 

O problema da desigualdade social é hoje um facto em todos os Estados, Clive Bloom acredita. "É um problema comum, mas que se manifesta de maneira diferente, dependendo do país. Na Alemanha e na Rússia  resulta em nacionalismo, na França com  disposições revolucionários. Existe em todos os países, mas manifesta-se de várias formas".


O que estes senhores do Instituto para a Globalização e Movimentos Sociais se esqueceram de referir, é que tudo isto foi um plano montado pelo poder bancário manobrado pelas 8 famílias, para reduzir os povos a escravos, enquanto por outro lado, enriqueceram à custa desses mesmos povos.


fonte: http://www.alterinfo.net/Le-fosse-entre-les-pauvres-et-les-riches-mene-a-l-antagonisme-de-classes_a69640.html
*guerrasilenciosa

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