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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, janeiro 15, 2012

MINISTRO DA DEFESA BRASILEIRO DIZ QUE POLÍTICA DE IMIGRAÇÃO SERÁ REVISTA

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O Brasil terá que repensar sua política de imigração devido aos impactos econômicos gerados pela entrada cada vez maior de estrangeiros irregulares no país, em busca de melhores condições de vida. A opinião é do ministro da Defesa, Celso Amorim, que por quase uma década foi ministro da Relações Exteriores, nos governos de Itamar Franco (1993-1995) e de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
Amorim participou na manhã de hoje (13) de uma reunião com militares no Rio de Janeiro para se informar sobre as chuvas na região e falou sobre a recente imigração de haitianos para o Brasil.
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Milhares de haitianos tem entrado ilegalmente no Brasil através do Acre

“Não dá para se tornar a sexta economia do mundo impunemente. Normalmente, as pessoas saíam do Brasil. O Brasil ficou melhor agora. As pessoas querem entrar no Brasil. Naturalmente teremos que estudar como agir diante dessa nova situação. 
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Não são apenas haitianos, mas brasileiros que estão voltando. Temos que procurar exercitar o mesmo espírito humanitário que está presente [com as Forças de Paz] no Haiti, de uma maneira compatível com os nossos meios.”
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Amorim lembrou que a crise no Haiti é quase permanente e, no que diz respeito às Forças Armadas brasileiras, o trabalho que deve continuar é o de contribuir para melhorar a situação do Haiti e assim sanar o problema da imigração. O Brasil comanda a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), desde abril de 2004. Mais de 2,2 mil soldados brasileiros encontram-se no Haiti.
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“Precisamos atuar de maneira equilibrada para que as pessoas não venham a encontrar aqui situações até mais graves, seja porque são exploradas por coiotes ou porque encontram condições em que não podem ser adequadamente tratados”.
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No Brasil, os haitianos estão concentrados nas cidades de Brasileia, no Acre, e Tabatinga, no Amazonas. Os governos estaduais têm reclamado do caos social provocado pela imigração nas cidades. 
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O Conselho Nacional de Imigração, vinculado ao Ministério do Trabalho, aprovou ontem (12) a concessão de vistos de trabalho em caráter especial aos haitianos que pretendem entrar no Brasil. 

A regra vai restringir a emissão de vistos condicionados aos cidadãos haitianos ao máximo de 100 por mês, requeridos diretamente na Embaixada do Brasil no Haiti, na capital, Porto Príncipe.
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Os 4 mil haitianos que já estavam no país antes da publicação da resolução do Conselho serão regularizados. Desses, 1,6 mil receberam visto de residência humanitária concedido pelo Ministério do Trabalho. Os haitianos que chegarem ao país e não estiverem com o visto serão notificados a deixar o país. Caso não deixem, serão deportados. A resolução está publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União.

Da Agência Brasil 
*MilitânciaViva

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