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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, janeiro 18, 2012

Moradores de São Paulo detestam a cidade

SP: pesquisa aponta que 56% gostariam de deixar capital
VAGNER MAGALHÃES
Terra

A rede Nossa São Paulo divulgou na manhã desta quarta-feira uma pesquisa encomendada ao Ibope que aponta o desejo de 56% dos entrevistados em deixar a capital paulista, "se pudessem". No ano passado, esse número era de 51%.

O levantamento mostra que 70% dos 1.512 moradores da cidade com 16 anos ou mais informaram utilizar ônibus todos os dias como meio de transporte. O tempo médio de espera nos pontos é de 22 minutos.
A nota geral para a qualidade de vida na cidade passou de 5,0 no ano passado, para 4,9, ao mesmo tempo que a sensação de insegurança cresceu de 24% - entre aqueles que consideram a cidade nada segura para se viver - para 35%.

Entre os principais medos do paulistano estão "assalto/roubo", com 69% das respostas. A preocupação em ser atropelado saltou de 12% para 17%.

No serviço público de saúde, o tempo médio de espera para atendimento para consultas é de 52 dias (61 em 2010) e 65 dias para exames. No serviço privado é de 15 dias para consultas e 17 dias para procedimentos considerados mais complexos.
A gestão pública municipal é considerada como ruim/péssima por 30% dos entrevistados. Ano passado, esse número era de 21%.

*esquerdopata

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