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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, janeiro 18, 2012

TRANSPOSIÇÃO JÁ AUMENTOU EM MAIS DE R$ 1 BI. E AINDA VEM MAIS!

Obra da Tranposição em Cabrobó, Pernambuco. Foto: FSF
O ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho, disse,durante visita a cidade de Sertânia, que a transposição do São Francisco já teve um acréscimo de mais de R$ 1 bilhão entre 2007, quando as obras iniciaram, até hoje em função de aditivos aos contratos originais assinados com o consórcio responsável. Orçada em R$ 5, 4 bilhões, a obra passou para R$ 6, 9 bilhões e, segundo o ministro, deve ter mais um acréscimo médio de 36% até o seu final, em 2014.
Com mais de 600 km de extensão, o projeto de integração do rio São Francisco é dividido em 14 lotes e mais dois canais de aproximação a cargo do Exército. Estão em construção canais, barragens, aquedutos e túneis para levar a água do Velho Chico para os Estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, beneficiando aproximadamente 12 milhões de pessoas.
A obra emprega, atualmente, 3,9 mil trabalhadores, devendo gerar mais dois mil empregos até julho deste ano, alcançando a meta de 6 mil postos de trabalho. Parte do PAC, a transposição está mais avançada no Eixo Leste, que já conta com 71% de execução das obras e 287 km de extensão. Levará água para Pernambuco e Paraíba. O Eixo Norte, com 426 km, está com 46% das obras concluídas e beneficiará ares dos Estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.

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