Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, janeiro 18, 2012

Os tukkkanos estão morrendo de medo do Plano Nacional de Combate ao Crack

SP, terra da cracolândia, não informa dados para mapa de combate ao crack

A obra mais espetacular dos tukkkanos

Os tukkkanos estão morrendo de medo do Plano Nacional de Combate ao Crack do governo federal, vai que esse plano da certo... Imagina como vai ficar a cara dos "competentes gestores" (segundo certos informativos de gossip news) do PSDB, que há duas décadas cultivam com carinho seu projeto mais notável, a cracolândia.


Para além do drama da cracolândia de São Paulo, a praga do crack começa a aparecer concretamente nas estatísticas mostrando a dura realidade do avanço das drogas no interior do Brasil. Um mapa da presença da droga, preparado pela Confederação Nacional dos Municípios, concluído no final do ano, mostra o tamanho da chaga município por município, segundo informações dos gestores de saúde das comunidades. Veja aqui.
No Estado, dos 645 municípios, 552 foram pesquisados. E 505 dizem que têm crack. O curioso é que o município de São Paulo, que tem pelo menos a mais dramática situação com a famigerada Cracolândia, não participa do mapa.
Reprodução do site Observatório do Crack

Os prefeitos recebem as senhas eletrônicas para atualização das informações, que são processadas online, e rapidamente dão conta se o sistema encontrou ocorrência da droga na comunidade. Ainda há municípios (na cor cinza no mapa), como São Paulo, que não informam a situação. É um indicador de que a situação da droga pode ser bem pior do que aparece no mapa, colorido de acordo com os formulários fornecidos pelas Prefeituras que aderiram ao estudo.
Os técnicos da CNM, que trabalham no Observatório do Crack (veja aqui o documento), acreditam que a ferramenta oferece o caminho para que todos os 5.563 prefeitos emprestem ao quadro a exata abrangência da droga.
Um outro mapa, com dados da Fiocruz, preparado pela equipe do estadao.com.br, mostra o quadro do crack nas capitais.
*Cappacete

Nenhum comentário:

Postar um comentário