LUIZA ERUNDINA: "ACHO QUE A MULHER TEM MAIS SENSIBILIDADE PARA MUDAR A FORMA DE EXERCER O PODER"
DO BLOG JORNAL FOLHA DO SÃO FRANCISCO
Chegar
à prefeitura da maior cidade do país representou um fato histórico para
o Brasil e, para Luiza Erundina, uma ousadia a mais uma em sua vida.
“Naquela ocasião ajudou, embora tenha trazido muito preconceito. Mulher,
nordestina, de esquerda, do PT, ousar ser prefeita derrotando os
caciques da política paulistana. Eu costumo dizer: só faltava ser negra
pra ter completado o quadro”, comenta a hoje deputada federal pelo PSB.
“Aí
era melhor, porque eu tinha mais uma razão porque lutar”, destacou a
deputada ao se referir ao único preconceito que não sentiu na vida, o
racial. “Porque a luta é ideológica, ela é cultural. Mais que uma luta
do poder pelo poder. É uma luta por valores, por concepções. Não foi
fácil naquela ocasião, mas valeu a pena. Eu faria tudo de novo”,
destacou.
Erundina
assumiu a prefeitura de São Paulo em 1988. Ela considera que conseguiu
imprimir uma marca de sensibilidade em sua administração. “Acho que a
mulher tem mais sensibilidade para mudar a forma de exercer o poder, e
essa é a nossa tarefa. Não é só disputar e conquistar poder. É
transformar a forma de exercer o poder, senão reproduz o modelo
machista, patriarcal, autoritário, centralizador. E o que é que muda?
Nada.”
Hoje,
na Câmara dos Deputados, exercendo seu quarto mandato, Erundina é
autora do projeto que tem por objetivo garantir metade das cadeiras de
direção da Câmara e do Senado para mulheres. Ela é uma das parlamentares
mais combativas da sub-representação das mulheres no Parlamento
brasileiro.“A nossa representação no Congresso Brasileiro é uma
vergonha.”
*Históriavermelha
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