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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, março 13, 2012


TV Cultura tem que explicar
por que se “vendeu” à Folha

 

Sayad e o Padim, unidos por uma folha


Saiu no Jornal da Record:

TV Folha estreia na Cultura com baixos índices de audiência


A Assembléia Legislativa de São Paulo convocou o presidente da Fundação Padre Anchieta, João Sayad, para explicar por que “privatizou ” a TV Cultura à Folha (*).

O Jornal da Record mostrou que há uma clausula na relação comercial entre a TV Cultura (pública ?) de São Paulo e a Folha (*): a TV Cultura não pode dar palpite no conteúdo editorial da TV Folha.

(Antes que algum engraçadinho levante a suspeição deste ansioso blogueiro, ele esclarece:  fez uma parceria com a TV Cultura, exibiu o programa Conversa Afiada lá, por dois anos, e foi um grande sucesso comercial – para ele e a TV Cultura. Clique aqui para ler “A Folha não engole o sucesso do C Af “. Com uma diferença. Este ansioso blogueiro sempre esteve subordinado ao presidente da Fundação Padre Anchieta, Jorge Cunha Lima (que o convidou) e o diretor de Jornalismo, Marco Antonio Coelho. Os dois conversavam sobre o teor do programa e davam sugestões inteligentes – quase sempre acatadas pelo ansioso blogueiro. O governador Mario Covas foi o melhor patrão que este ansioso blogueiro já teve. NUNCA pediu, recomendou ou vetou uma matéria. E o governador de São Paulo é quem, de fato, manda na TV Cultura, uma instituição “pública”….)

Na Assembléia Legislativa, o presidente atual da Fundação Padre Anchieta, João Sayad, terá que explicar a “privatização” da Cultura à Folha.

E, ainda por cima, para dar um ponto de Ibope.

Nesta quarta-feira, os blogueiros sujos associados ao Instituto Barão de Itararé se reunirão para discutir essa “privatização” da Cultura.

O ansioso blogueiro já sugeriu incluir na agenda da reunião que o Instituto Barão de Itararé peça o mesmo ao Sayad: queremos “privatizar” um espaço “nobre” para espinafrar a Folha, o PiG (**) e seus penduricalhos  !


Paulo Henrique Amorim

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