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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, julho 20, 2012

Lula recebe prêmio pela valorização do idioma e das nações de Língua Portuguesa

 


O presidente Lula ganhou nesta sexta-feira (20) o prêmio José Aparecido de Oliveira, oferecido pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) na sua IX Conferência de Chefes de Estado e de Governo, em Maputo, Moçambique. Os países que compõem a CPLP são Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Portugal e Timor Leste.

O Prêmio José Aparecido de Oliveira é uma homenagem a personalidades e instituições que se destacam na cooperação entre os países membros para valorização no cenário internacional, e na promoção e difusão da língua portuguesa.

Além de ser um incansável lutador pela cooperação e desenvolvimento econômico, social e cultural dos países de Língua Portuguesa, foi Lula, com sua presença e inserção internacional, quem mais valorizou nosso idioma e identidade cultural nos últimos tempos, revigorando o interesse pela lusofonia.

Nos anos 90, o ex-presidente FHC desprestigiava o idioma nacional de tal forma, que chegava a fazer discursos oficiais no exterior em língua estrangeira. O complexo de colonizado cultural era tão grande, que era corrente a lorota de que quem não falasse inglês fluentemente estaria condenado para o mercado de trabalho aqui no Brasil.

A homenagem à Lula inclui um prêmio de 30 mil euros e o nome do prêmio homenageia o embaixador brasileiro José Aparecido de Oliveira (1929-2007) um dos fundadores da CPLP.

Ainda evitando longas viagens internacionais, o presidente Lula não pôde comparecer à cerimônia, mas gravou o vídeo de agradecimento acima.

“Recebo este prêmio, não tanto como uma homenagem à minha trajetória pessoal – sindical e política – e mais como o reconhecimento das conquistas recentes da lusofonia”, disse Lula, que ressaltou a importância da contínua valorização da relação entre os países da comunidade e a criação no seu governo da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), em Redenção, no Ceará.
*osamigosdopresidentelula

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