Carta revela mais detalhes o apoio popular a Jango. “Voz das ruas” era da minoria
A revista CartaCapital publica neste sábado novas e mais
profundas informações sobre o processo de agitação que levou à deposição
do João Goulart em 64.
A “voz das ruas” de então, as marchas da Família com Deus pela
Liberdade, francamente apoiadas pela mídia e pela Igreja, está longe de
representar a maioria.
Ao contrário, era uma minoria de classe média que, em boa parte, mal
sabia que estava escancarando as portas do país à selvageria que, pouco
tempo depois, iria devorar seus próprios filhos, em 68.
Uma das informações mais interessantes é a das pesquisas Ibope, realizadas antes do golpe.
Uma delas, concluída apenas cinco dias antes do movimento militar, em
oito capitais, mostra que 49,8% dos pesquisados admitiam votar em Jango
caso ele pudesse se candidatar à reeleição – o que não era permitido, à
época – contra 41,8% que rejeitavam essa possibilidade.
Segundo o Brasil Econômico, que antecipa trechos da matéria da Carta, “em São Paulo, 72% da população aprovava o governo Goulart. Entre os mais pobres, a popularidade chegava a 86%.
O golpe saiu não pelas massas, mas pelas malas de dólares,
como as que, agora, sabe-se que foram entregues ao general Amaury
Kruel, até ali um amigo do presidente, e então, devidamente “abastecido”
, peça chave na sua derrocada.
É bom que uma turminha que acha que tudo é “puro e espontâneo” revisite
o passado, para ver como se demoliram os governos trabalhistas neste
país: Getúlio, Jango e…
Fernando Brito
*Tijolaço
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