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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, novembro 02, 2013

ONU: 188 países apoiam o desbloqueio dos EUA contra Cuba



 

Via PCB
Resumen Latinoamericano / Telesur, 20 de outubro. A Assembleia Geral da ONU votou, nesta terça-feira, mais uma vez, por uma nova chamada à suspensão do bloqueio que os EUA mantém sobre o povo de Cuba. (foto: teleSUR)
Após um debate que girou em torno de um projeto de resolução em que se destacou a necessidade de colocar fim ao cerco econômico, comercial e financeiro imposto pelos EUA à ilha há mais de 50 anos, 188 Estados-membros votaram a favor da iniciativa, dois contra e três se abstiveram.
A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) votou, nesta terça-feira, mais uma vez, por uma nova chamada à suspensão do bloqueio que os Estados Unidos (EUA) mantém sobre o povo e o Governo de Cuba, há mais de meio século, uma política unilateral que tem sido repudiada neste organismo durante os últimos 21 anos.
Após um debate que girou em torno de um projeto de resolução em que se destacou a necessidade de colocar fim ao cerco econômico, comercial e financeiro imposto por Washington à ilha há mais de 50 anos, 188 Estados-membros votaram a favor da iniciativa, enquanto dois o fizeram contra e três se abstiveram de emitir sua opinião.
Tratou-se de um documento similar ao que, desde de 1992, tem recebido um amplo respaldo da comunidade mundial, sempre com mais de 180 nações apoiando-o nos últimos sete anos.
Além disso, a plenária número 38 da Assembleia Geral, que em 17 de setembro passado instalou seu 68° período de sessões, tem como agenda a apresentação de um relatório do secretário geral do organismo, Ban Ki-moon, sobre o bloqueio estadunidense.
Este documento contempla informações fornecidas por, ao menos, 150 países, a União Europeia, a Santa Sede e diferentes entidades da ONU; dirigidas a fixar postura contra o cerco norte-americano, denunciar seu impacto e adiantar o respaldo ao projeto de resolução.
Por sua parte, Havana enviou à agência um texto que contém, de maneira detalhada, as implicações do bloqueio por setores e, também, denuncia seu caráter extraterritorial e seu recrudescimento em matéria financeira pela atual administração estadunidense.
O projeto a considerar pela Assembleia apela aos princípios de “soberania e igualdade entre Estados, a liberdade de comercio e navegação e a não interferência nos assuntos internos”, para, com base nele, demandar a suspensão das sanções de Washington.
Semanas atrás, mais de 40 presidentes, primeiros-ministros e chanceleres dos cinco continentes pediram no debate geral do 68° período de sessões da Assembleia o fim do bloqueio, que recebeu no fórum o qualificativo de “genocídio, ilegal e relíquia da guerra fria”.
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

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