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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, julho 04, 2015

Leticia Sabatella defende adolescentes de escolta policial no RJ

Leticia Sabatella defende adolescentes de escolta policial no RJ


Em texto postado no Facebook, atriz conta que policiais lhe pediram que assinasse um termo de responsabilidade para que os quatro meninos fossem liberados; grupo aguardava ônibus no bairro da Gávea, área nobre do Rio.
Em texto postado no Facebook, atriz conta que policiais lhe pediram que assinasse um termo de responsabilidade para que os quatro meninos fossem liberados; grupo aguardava ônibus no bairro da Gávea, área nobre do Rio
Por Redação
A atriz Leticia Sabatella se envolveu em um episódio que desde a última quinta-feira (2) repercute nas redes sociais. De acordo com post divulgado em sua página do Facebook na última quinta-feira (2), policiais cariocas lhe pediram que assinasse um termo de responsabilidade para que um grupo de quatro adolescentes, entre 14 e 16 anos, fosse liberado de uma escolta.
No texto, Sabatella conta que andava de bicicleta por uma rua da Gávea, bairro nobre do Rio de Janeiro, quando passou pelos meninos, que esperavam o ônibus para ir até a Rocinha. “Eles me chamaram, conversamos sobre fazerem teatro, trocamos Facebooks e segui meu caminho”, relata. Ao passar pela mesma rua no final da tarde, a atriz os avistou novamente, dessa vez escoltado pelos dois policiais. “Chamaram-me de novo, para que eu explicasse pros policiais que eles só conversaram comigo, na boa. Fui ver o que estava havendo, o guarda me disse que estavam esperando uma escolta adequada para levá-los à Rocinha, tinham recebido uma ‘denúncia’”, adicionou.
Foi então que Leticia perguntou aos agentes se havia “algum problema elo fato dos meninos estarem na Gávea, se eles não teriam o mesmo direito que eu de estar ali”. “O policial, sensivelmente incomodado com a situação, me disse que não achava aquilo muito correto também, mas eram ordens superiores de uma política atual”, complementou.
Ao final, os policiais acabaram ligando para seu superior, que os autorizou a liberar os garotos, desde que Sabatella assinasse o documento. “E os meninos querem estudar teatro”, finalizou o relato, que até o momento de fechamento desta nota, já havia sido compartilhado mais de 9.800 vezes.
Conforme informações do portal Brasil247, um dos jovens envolvidos comentou a postagem de Leticia. “Se não fosse por você, poderia estar na pior. Só tenho a te agradecer e pedir a Deus que ilumine sua carreira”, escreveu.
Minutos após a primeira publicação, a atriz postou mais uma mensagem na rede social. “Crime deve ser criminalizar, marginalizar, distorcer, deseducar, excluir da cidadania, tirar espaço e voz, oprimir, gerar ódio de classe, ser indiferente, corromper, criar crimes evitáveis! Eduardo Cunha e sua corja não precisam de nenhuma PEC, nova lei, para irem para a cadeia e no entanto, imperam incólumes sobre o país!”, afirmou.
*Forum

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