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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, junho 27, 2010

Cinema e uma Análise política no conflito do oriente médio

O fetiche poético de "Le Ballon Rouge"





Esse filme de cerca de 30 minutos ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes, em 1956. O diretor é Albert Lamorisse, que conta a história de um menino que "liberta" e cativa afetivamente um balão vermelho nas ruas de Paris. Cinema puro, quase sem palavras. O filme é referência. Muito "citado" e sempre homenageado em outros filmes por tantos outros roteiristas e diretores.

Na publicidade é copiado todos os dias, quem já não viu filminho de venda de porcaria "referindo", para não dizer plagiando, o conto poético de Albert Lamorisse?

Uma curiosidade: observem que na parte final do filme, aparecem cartazes de cinema nas paredes, um deles anuncia o filme do diretor guasca Alberto Ruschel, O Cangaceiro (1953), um dos maiores sucessos internacionais do cinema brasileiro. Mas está grafado Congaceiro.

Os mitos midiáticos sobre Israel




Ouça o que tem a dizer o escritor e jornalista belga Michel Collon neste vídeo de 13 minutos.

Collon é autor de um livro recente chamado "Israel, parlons-en!". Ele é um reconhecido analista das estratégias de guerra e de desinformação midiática, que varrem o mundo - do Brasil ao Oriente Médio.

Nesta conjuntura, em que a guerra contra o Irã é uma ameaça concreta, entender o que representa o Estado de Israel no contexto geopolítico internacional é de importância capital.

O ano de 1979 foi trágico para o imperialismo dos EUA no Irã. A revolução dos aiatolás arranca o Irã da hegemonia estadunidense, que fica somente com Israel no tabuleiro geopolítico da região. Pois, é a partir de Israel que o Império tenta alastrar o seu colonialismo.

do Diário Gauche

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