Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, junho 22, 2010

Hoje uma Siderurgica no Pará e a Usina de Belo Monte sai do papel

Usina Hidrelétrica Belo Monte será construída sem os erros do passado

O presidente Lula assegurou, em discurso, nesta terça-feira (22/6), no município de Altamira (PA), que a Usina Hidrelétrica Belo Monte será construída sem que se cometa os erros do passado. Ele citou como exemplo a Usina de Balbina, empreendimento construído em 1989, com o objetivo de abastecer a cidade de Manaus. O presidente participou de ato em favor da hidrelétrica e o desenvolvimento da região do Xingu quando lembrou que deixará o governo no fim do ano, mas como cidadão brasileiro “estarei fiscalizando a construção dessa hidrelétrica”.

Lula iniciou o discurso explicando que na juventude chegou a integrar um grupo de pessoas que promovia manifestações contra a construção de Itaipu Binacional. Segundo ele, os argumentos apresentados naquela ocasião eram os mais estapafúrdios, como por exemplo, que o lago da hidrelétrica inundaria a Argentina. O mesmo se repete agora quando o governo dá curso à construção de Belo Monte, cujo projeto permaneceu no papel por mais de três décadas.

“É por estas fantasias construídas que a gente não tem que ter medo de debater. O estado do Pará e a região do Xingu não podem imprescindir de Belo Monte. Eu sei que muita gente bem intencionada não quer que se repita os erros cometidos no passado na construção de hidrelétricas. Não queremos repetir Balbína ou Tucuruí”.

O presidente recebeu com bom-humor a mobilização de “meia dúzia de jovens bem intencionados” que protestavam contra o ato realizado em Altamira. Conforme destacou, os manifestantes não estavam pensando naquilo que a hidrelétrica pode trazer para a região. Lula encerrou o discurso informando que mais tarde participará do início da terraplanagem da usina siderúrgica da Vale, em Marabá. Deste modo, a combinação da energia elétrica produzida por Belo Monte e o aço da Vale impulsionarão a economia do Pará.

Durante o ato discursaram a prefeita de Altamira, Odileida Sampaio, o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, e o cacique Ted Xere Xicrin, da etnia xicrin.

Assista ao discurso do cacique




d


Inflação em baixa, investimento em alta e o BC na retranca

O risco de uma disparada inflacionária, última esperança tucana para virar o quadro eleitoral, vai ficando cada vez mais longe. Hoje o IBGE soltou o o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), e a variação em junho foi de 0,19% , bem abaixo da de maio (0,63%). Com isso, a variação acumulada do IPCA-15 no segundo trimestre deste ano ficou em 1,30%, abaixo do verificado no segundo trimestre de 2009 (1,33%). O acumulado do primeiro semestre de 2010 chegou 3,35%,acima do de período igual em 2009 (2,49%), mas com tendência de queda : considerando os últimos 12 meses, o índice ficou em 5,06%, abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores (5,26%).

E apesar da crise na Europa, que fez o BC baixar a previsão da entrada de investimentos externos no país, até maio, o país registrou ingresso de US$ 11,4 bilhões, praticamente o mesmo valor de investimentos registrado no mesmo período de 2009. Somente no mês passado entraram US$ 3,5 bilhões, o resultado mais alto desde dezembro. Deve haver um número menor, em junho, pela entrada antecipada de recursos em maio.

De toda forma, está difícil sustentar o discurso catastrofista que sobrou para a oposição. Aliás, os números da economia desautorizam, inclusive, o discurso “inflacionista” que o Banco Central tem usado para elevar os juros.

do tijolaço

Nenhum comentário:

Postar um comentário