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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, junho 18, 2010

Privatização ótimo negócio para quem gosta
















sexta-feira, 18 de junho de 2010

Quem tem botox, tem medo!

Alvaro Dias está com medo do caso Banestado finalmente pegar Serra


Ao inquirir o ex-delegado Onézimo Souza, na Comissão de Controle de Atividades de Inteligência do Congresso, na quinta-feira, o senador Alvaro Dias (PSDB/PR) quis saber, indiretamente, se o livro "Os porões da privataria" continha informações novas sobre a conta TUCANO descoberta no caso Banestado, que movimentou US$ 176,8 milhões, investigada pelo delegado federal Castilho.

Para entender a pergunta do senador demo-tucano, é preciso lembrar desta notícia do jornal "Hora do Povo", de 01 de julho de 2003:

Banestado: PF descobre elo de Serra com conta secreta

A Polícia Federal, através do delegado José Castilho Neto e do perito Renato Rodrigues Barbosa, entregou ao Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, um dossiê sobre as remessas ilegais de recursos para o exterior, através das chamadas contas CC-5, envolvendo nomes de políticos ligados ao governo FHC, entre eles o candidato derrotado à presidência da República, José Serra, o ex-diretor Internacional do Banco do Brasil, e caixa da campanha, Ricardo Sérgio de Oliveira e o também caixa de campanha tucana, Sérgio Motta.

Segundo a revista “IstoÉ Dinheiro” desta semana, os documentos da PF que envolvem José Serra são extratos fornecidos pelo banco americano JP Morgan Chase aos investigadores brasileiros, obtidos mediante a quebra, naquele país, dos sigilos bancários dos envolvidos. José Serra aparece como autor de uma ordem de pagamento internacional no valor de US$ 15,6 mil que teria, por solicitação sua, saído da conta “Tucano” no JP Morgan e ido parar na conta 1050140210, da empresa Rabagi Limited, no Helm Bank de Miami. Essa operação, segundo a Polícia Federal, mostra que José Serra tinha poderes para movimentar a conta “Tucano”. Segundo o mapeamento feito pela Polícia Federal, essa conta movimentou US$ 176,8 milhões entre 1996 e 2000. Os recursos partiram de laranjas em Foz do Iguaçu e seguiram para a conta “Tucano” no JP Morgan, em Nova Iorque. A PF, que realizou um rastreamento internacional dos recursos e descobriu também o envolvimento de outros tucanos nas remessas, como Ricardo Sérgio de Oliveira e Sérgio Motta, pretende agora investigar se José Serra, além de movimentar a conta “Tucano”, era proprietário da empresa Rabagi Limited, que recebeu os recursos do JP Morgan.

A Polícia Federal descobriu também que a conta “Tucano” em Nova Iorque teve uma movimentação suspeita no dia 30 de março de 1999, com a transferência de US$ 500 mil de sua sede nos EUA para outra conta, também batizada com o mesmo nome de “Tucano”, só que num banco Suíço, o Lugano. E o que intrigou os policiais da PF, neste caso, é que 24 horas depois, ou seja, em 31 de março, outros US$ 500 mil saíram da conta “Tucano” de Nova Iorque em direção à Suíça.

As investigações sobre as remessas ilegais através das contas CC-5 começaram graças ao trabalho do promotor Celso Três que, segundo a “IstoÉ”, mapeou todas as contas CC-5 do Brasil. A ação da Polícia Federal, logo em seguida, permitiu chegar nas contas de altas figuras do governo tucano. Para obter as informações que ajudaram a esclarecer o caso, a PF pediu à justiça americana a quebra do sigilo bancário dessas contas. Com isso acabou chegando nas pessoas que fizeram as movimentações nessas contas. O JP Morgan recebia recursos enviados por laranjas sediados em Foz do Iguaçu. Segundo o delegado Castilho, todas as pessoas que movimentaram essas contas no exterior, como foi o caso de Serra e Ricardo Sérgio, deverão ser investigados pela Comissão Parlamentar de Inquérito.


A notícia foi veiculada também em revistas do PIG, como a Época e a IstoÉ.

do com texto livre

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