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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, junho 29, 2010

Hugo Chavez






Venezuela doa 12 tneadas de mantimentos a vítimas das chuvas

A primeira ajuda internacional aos atingidos pelas chuvas em Pernambuco e Alagoas chegou neste domingo (27), da Venezuela. Em decorrência das fortes chuvas que atingiram o Nordeste, morreram 51 pessoas - 34 em Alagoas e 17 em Pernambuco. Os dois Estados têm juntos cerca de 160 mil desabrigados e desalojados.

Um C-130 das Forças Armadas Venezuelana aterrissou na Base Aérea do Recife com quase 12 toneladas de donativos - 100 colchonetes, 100 mantas, 1,5 tonelada de roupas, 250 quilos de fraldas descartáveis, 200 quilos de papel higiênico, quatro mil litros de água mineral, uma tonelada de arroz, meia tonelada de macarrão, 900 quilos de atum, duas toneladas de sardinha, meia tonelada de leite em pó e 700 quilos de geleia infantil.
Metade foi desembarcada, à tarde, no Recife. Vistoriada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, foi levada para a central de distribuição da "Operação Reconstrução", na Ceasa. Nesta segunda-feira, as doações serão entregues em Água Preta, na zona da mata. A outra metade da carga enviada pela Venezuela foi desembarcada em Maceió.
Em nota, o embaixador da Venezuela no Brasil, Maximillien Arvelaiz Sanchés, afirmou que “o país costuma ajudar outras nações em casos de tragédias como a que se abateu sobre Pernambuco há cerca de dez dias”. “Temos uma forte ligação histórica com o estado de Pernambuco e esta é uma forma de reforçar ainda mais a unidade entre os povos latino-americanos”, disse.
No total, Pernambuco recebeu até agora 128 toneladas de roupas, 10,9 mil colchões, 8,2 mil toalhas, 10,1 mil cobertores, 8,3 mil lençóis, 7,99 mil travesseiros, 3,3 mil fronhas, 3,8 mil mosquiteiros, 19,4 mil cestas básicas, 171,5 toneladas de água e 178,5 mil toneladas de alimentos diversos.
Equipes de profissionais começaram a ser enviadas no sábado, pelo governo de Pernambuco, aos municípios atingidos pelas chuvas no Estado, com a missão de manter a limpeza dos abrigos para evitar proliferação de doenças, organizar a distribuição de alimentos e donativos e cadastrar as famílias desabrigadas.
"É importante a ordem e a higiene nos abrigos e também a esperança de futuro dos desabrigados", afirmou o secretário executivo de Desenvolvimento Social, Acácio Carvalho. A maioria dos abrigos é improvisada, tanto em Pernambuco como em Alagoas, e alojam grande número de pessoas em pequeno espaço, sem higiene e muitos ainda sem água.
As equipes também vão ajudar na catalogação dos equipamentos públicos e dos que perderam ou tiveram suas moradias danificadas para receberem benefícios.

do Gilson Sampaio

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