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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, junho 19, 2010

Os privatistas gostam disso, os neoliberais vão acabar com o mundo e vão para o inferno onde haverá choro e ranger de dentes eternos.


A Era da Estupidez / The Age of Stupid (2009)


O filme mostra a que ponto chegou a destruição ambiental no mundo e alerta para a responsabilidade de cada indivíduo em impedir a anunciada catástrofe global. Misturando documentário e ficção, o longa é estrelado pelo ator indicado ao Oscar, Pete Postlethwaite, que interpreta um velho sobrevivente no devastado mundo de 2055. Ao assistir a diversas imagens de arquivo do início do século 21, ele se pergunta, arrependido, por que não prevenimos as mudanças climáticas do nosso planeta enquanto ainda havia tempo?



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Part4



Cortina de fumaça, manchas de petróleo

Essa válvula, em Kegbara Dere, foi mais uma a vazar. Vê-se como é "bem cuidada"

Enquanto o óleo jorra sem parar do furo no fundo do mar deixado pela plataforma “Deepwater Horizon”, na maior catástrofe ambiental que os Estados Unidos, o New York Times publica uma matéria intitulada “Longe do Golfo, vazamento de petróleo na Nigéria dura 50 anos”.

Confesso que em um primeiro momento, pensei se tratar de uma “cortina de fumaça”, já que os dados técnicos contidos na matéria datam de 2006, e me pareceram “convenientemente requentados” para dizer algo como: “É, aqui no Golfo está ruim… mas lá está pior!” Ou seja , uma matéria para amenizar a irresponsabilidade da British Petroleum no episódio . Sabem como é, de tantas que a nossa mídia faz, a gente fica assim

Mas a reportagem é chocante, sobretudo pela postura “Pôncio Pilatos” assumida pelas multinacionais que operam na região justificam a catástrofe. Com uma população majoritariamente miserável, reservas gigantes de petróleo, e uma economia que depende quase que exclusivamente de sua extração, fica fácil descobrir quem manda realmente na Nigéria.

O sistema de concessões, tão elogiadopor nossos privatistas, é o que vigora na Nigéria. Nas licitações, claro que todos os projetos de perfuração e exploração são “limpos e seguros” . Na realidade, como mostram as fotos, a coisa é diferente. Segundo a reportagem até “546 milhões de galões de petróleo foram derramados no Delta do (Rio) Níger nas últimas cinco décadas, ou quase 11 milhões de galões por ano, concluiu um relatório de 2006 feito por uma equipe de especialistas do governo da Nigéria e de grupos ambientalistas locais e internacionais”

O incrível é que o óleo derramado, segundo a matéria, não é unicamented oriundo de problemas nos poços, mas também dos oleodutos e árvores de natal (aquela válvula que “tampa” os poços terrestres) abandonadas. Ou seja, pela pura falta de manutenção e monitoramento. O óleo invade manguezais próximos ao delta do rio Níger, expulsando pescadores, forçando os moradores a buscar água para beber, banhar-se e cozinhar, cada vez mais longe de suas casas. “Há petróleo Shell no meu corpo” – resume Hannah Baage, moradora do entorno da região afetada.

Segundo Ms. Wittgenstein, da Shell, a culpa por esse pântano estar assim é dos nigerianos

Segundo os moradores, quando recauchutam um cano, logo outro estoura, e não parece haver muita vontade do governo em melindrar seus principais patrocinadores, que preferem culpar a população. Veja a inacreditável declaração de Caroline Wittgenstein, porta-voz da Shell no país:

“Nós não discutimos vazamento individuais” – “a vasta maioria é causada por sabotagem ou roubo, com apenas 2% devido à falha de equipamento ou erro humano. Nós não acreditamos que nos comportamos de forma irresponsável, mas operamos em um ambiente único onde a segurança e a ilegalidade são os maiores problemas”.

O que ela quer dizer é que o derrame é culpa dos nigerianos miseráveis que furam os oleodutos para obter combustível e de movimentos políticos que estariam sabotando os dutos. Os ambientalistas, porém, apontam a falta de manutenção como o vilão ecológico.

Boa parte dos “ladrões” de petróleo, aliás, são as pessoas que ali moram há séculos, milênios, e que nas últimas décadas já nem conseguem mais o que pescar para seu próprio sustento.

A mancha de óleo no Golfo do México é um notícia , e tem que ser mesmo um escândalo. A mancha de óleo na Nigéria é um escândalo, mas não é notícia.

Amanhã vou publica um vídeo muito interessante, de uma escritora nigeriana, Chimamanda Adichie, que mostra como o Ocidente “civilizado” “entende” os africanos. Não deixe de assistir, é uma luz que se abre em nossas cabeças sobre o quanto somos incapazes de entendermos que somos uma só humanidade.

do Tijolaço








magic liberal



DESASTRE ECOLÓGICO


Catástrofe no Golfo do México serve de alerta

Por Matthew Berger, da IPS

Enquanto uma enorme mancha de petróleo continua afetando a riqueza do Golfo do México, após a explosão há duas semanas de uma plataforma de extração, ambientalistas insistem em dizer que a catástrofe deveria servir de alerta para acabar com as perfurações no mar e para se afastar dos combustíveis fósseis. Alguns em Washington começam. Os Estados Unidos deveriam começar a dar passos para uma economia verde, afirmou o senador Robert Menendez, do governante Partido Democrata. “Agora todos deveríamos ter claro que a perfuração no mar não é muito segura, e nunca foi”, acrescentou.

Por sua vez, o diretor-executivo da organização ambientalista norte-americana Sierra Club, Michael Brune, comparou o vazamento de petróleo com uma “boca de fogo decapitada”. O “que não sei é quantas vezes precisamos ter esta conversa” sobre vazamento de petróleo em lugares como o Golfo do México, o Oceano Ártico e o Rio Amazonas, disse aos jornalistas. No dia 30 de abril, Brune afirmou que o vazamento marcou “o limite de nossa atração pelos combustíveis fósseis”.

Por sua vez, a diretora-executiva do grupo Environment America, Margie Alt, afirmou: “Temos de tomar isto como uma lição para passar a uma economia de energias limpas”. O petróleo começou a se espalhar quando a plataforma Deepwater Horizon, que a British Petroleum (BP) arrendou da firma Transocean, com sede na Suíça, explodiu no dia 20 de abril e afundou. Estima-se que agora o poço vaze cinco mil barris (de 159 litros) por dia nas águas do Golfo do México.

Até agora, os esforços para deter o vazamento têm sido em vão e é incerto se vai parar. É considerado o pior desastre ambiental e econômico para os Estados Unidos desde que o petroleiro Exxon Valdez sofreu um vazamento, em 1989, de quase 50 milhões de litros na Baía de Prince William Sound, no Alasca. Enquanto se redobra o esforço para deter a mancha de óleo, em Washington predomina um sentimento de traição.

“Há tempos a indústria petroleira nos disse que nada aconteceria, mas, lamentavelmente, aconteceu, e antes também, não apenas em nosso país, mas em todo o mundo”, disse Menendez. O senador se referiu repetidas vezes ao vazamento da plataforma de Montara, no Mar de Timor, entre Austrália e Timor Leste, que durou dez semanas no ano passado. O diretor-executivo da BP, Tony Hayward, disse à norte-americana National Public Radio que considera improvável que o desastre no Golfo do México chegue à mesma magnitude.

O vazamento tem impacto no debate público norte-americano. As perfurações petroleiras marítimas já eram um tema quente na política do país há alguns anos. Desde o aumento dos preços do gás no verão de 2008, crescem os apelos por uma economia verde, com maior uso de fontes renováveis de energia, como solar e eólica. Entretanto, líderes do opositor Partido Republicano, incluindo o ex-candidato presidencial John McCain, fizeram uma campanha a favor da extração de combustíveis fósseis sob o lema “Drill, baby, drill” (perfure, querida, perfure), disse o legislador. O que se tem agora é uma “bomba atômica ambiental”, ressaltou.

Ao menos um destacado político tirou uma lição do ocorrido no Golfo. O governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, decidiu suspender um plano com o qual pensava cobrir o déficit orçamentário de sua administração, vendendo autorizações para realizar extrações marítimas na costa da cidade de Santa Bárbara. O governador disse que as imagens do vazamento no Golfo foram um fator fundamental em sua decisão. Em 1969, Santa Bárbara já sofreu um vazamento, após a explosão de uma plataforma. Essa catástrofe originou um amplo movimento ambiental, o mesmo que agora se vê fortalecido pelo ocorrido no Golfo do México.

Impacto na legislação

O vazamento também pode afetar os atuais esforços para que o Senado aprove uma lei contra o aquecimento global. Esses esforços se baseavam em concessões a políticos conservadores mais inclinados a aceitar a nova lei. Uma dessas concessões foi ao anúncio feito pelo presidente Barack Obama no mês passado de que se levantaria a proibição de novas perfurações petroleiras em algumas áreas marítimas dos Estados Unidos.

Mas o anúncio não teve o efeito esperado. Pelo contrário, agora alguns senadores progressistas dizem que não aprovarão a lei se forem permitidas novas extrações. “A proposta do presidente já estava morta ao chegar”, disse o democrata Bill Nelson, do Estado da Flórida. “Se a perfuração marítima é parte da legislação sobre mudança climática, essa legislação não irá a parte alguma”, acrescentou.

Por sua vez, Menendez disse que havia outro tipo de concessão que poderia interessar aos conservadores sem apelar para perfurações, como construir novas usinas atômicas e incentivar pesquisas com “carvão limpo”.

(IPS/Envolverde)

Os príncipes Harry (E) e William não mostram muita empolgação na  arquibancada do jogo entre Inglaterra e Argélia - Foto: AFP

Os príncipes Harry (E) e William não mostram muita empolgação na arquibancada do jogo entre Inglaterra e Argélia - Foto: AFP


Enquanto a hipocrisia estiver imperando estaremos todos ferrados. Um finge que olha e o outro finge que não vê. Ser ambientalista como o Sr. Al Gore, Michel Moore, Greenpeace ou WWF que se deleitam dirigindo seus jipões movidos a diesel e morando em casinhas de centenas de metros quadrados com piscinas, saunas e banheiras de hidromassagem aquecidas a eletricidade situadas em condomínios de luxo que descarregam seus esgotos sem tratamento em rios e corregos públicos e etc. qualquer um qualquer um quer ser. Bando de hipócritas. Edson Vergílio do tijolaço

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