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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, julho 01, 2010

Derrocada do PIG Veja é nojenta









O PiG na berlinda: 80% dos brasileiros duvidam das notícias

Os resultados da pesquisa abaixo dão uma boa dica dos motivos que tem levado muitos articulistas e editores do PiG (Partido da imprensa Golpista) a atacar a blogosfera independente. É que, por causa do partidarismo pró-direita e anti-esquerda que eles insistem em tentar disfarçar, a vaca está indo para o brejo. A cada dia, enganam menos gente e, de quebra, ajudam a aumentar a audiência de quem trata os leitores com respeito assumindo publicamente suas convicções e ideologias políticas...



80% dos brasileiros duvidam das notícias

A maioria absoluta dos entrevistados (57,3%) consideram tendenciosas as notícias veiculadas. 15,5% consideram a Internet o meio preferencial para obter informações, contra 6,4% dos jornais impressos e 0,5% das revistas.

- por Luis Nassif, em seu blog

Encomendado pela Secom (Secretaria de Comunicação do Governo Federal), o «Relatório de Pesquisa Quantitativa – Hábitos de Formação e Informação da População Brasileira» mereceu pouquíssima análise da imprensa escrita, apesar de já ter inspirado anúncios da Rede Globo sobre pontos que lhe são favoráveis.

Dados interessantes da pesquisa:

- A TV aberta é de longe o meio preferencial para obter informações.
- 15,5% consideram a Internet o meio preferencial para obter informações, contra 6,4% dos jornais impressos e 0,5% (meio porcento) das revistas.
- 80% dos entrevistados acreditam muito pouco ou nada nas notícias veiculadas pela mídia.


46,1% dos entrevistados afirmaram que costumam ler jornais; 34,9% lêem revistas. Dos que lêem jornais, 24,7% afirmam ler diariamente – ou seja, 11,4% do universo pesquisado. 30,4% dos leitores de jornais – ou 14% do universo pesquisado – afirmam ler em média um dia por semana.

A maior parte dos leitores de jornais está na Região Sul (54,1%) e Sudeste (52,7%). No caso das revistas, Sudeste (39,4%), Sul (38,0%) e Centro-Oeste (37,6%). O menor índice de leitores de jornais está no Nordeste (27,7%) e dos de revistas na Região Norte (29,4%) e Nordeste (30,7%).

Veja é lida pela metade dos leitores de revistas. Em seguida, bem abaixo, Época e IstoÉ. Mas apenas 0,5% (meio porcento) considera as revistas como seu meio preferencial para obter informações.

A Internet já tem alta penetração. 46,1% dos maiores de 16 anos já acessam. Desses, 66,5% a partir de sua própria residência; desses 66,5%, 65% já possuem banda larga.

Nas faixas de renda mais elevadas (acima de 10 salários mínimos), o percentual de acesso à Internet chega a 79,7%. Entre o público mais jovem (16 a 24 anos) o percentual de acesso à Internet chega a 68,8%, caindo para 14,9% acima de 50 anos.

Interessante a avaliação sobre o papel das lideranças comunitárias. 15% dos entrevistados as consideram fonte de informação. Desse total, 45,6% confiam mais nas suas informações, contra 49,6% que acreditam que as informações dos meios de comunicação (incluindo rádio e TV) são mais esclarecedoras.

Credibilidade da mídia

E aí se entra na credibilidade da velha mídia.

A maioria absoluta dos entrevistados (57,3%) consideram tendenciosas as notícias veiculadas, contra 24,3% que acreditam em notícias isentas e imparciais.

Quanto se pergunta da credibilidade dos meios de comunicação, 72,1% afirmam acreditar muito pouco; 7,2% não acreditam nada. 18,8% acreditam muito.

A população que mais acredita na mídia é a do nordeste, com 28% considerando as notícias isentas e imparciais e 25,7% acreditando muito no que é dito.

Já no Sul, comente 19,9% consideram as notícias isentas e imparciais; e meros 10,5% acreditam muito no que é dito pelos meios de comunicação.

O curioso é que dentre os consumidores preferenciais da mídia – classes de renda mais elevadas - é maior a proporção dos que consideram as notícias em geral tendenciosas e parciais.

Não significa que não consumam as notícias – 82,9% as utilizam no cotidiano e 62% admitem que, algumas vezes, mudam seus pontos de vista a partir de informações dos meios de comunicação.

Outros 26,5% nunca mudam seus pontos de vista em função das informações transmitidas pelos meios de comunicação.

Os meios mais confiáveis

Quando instados a identificar os meios de comunicações mais confiáveis, 69,4% apontam a TV aberta e 7,2% a rádio.

Em seguida vem a Internet (6,5%) acima do jornal impresso (6,3%) e das revistas (0,9%).

a pesquisa completa no blog do Luis Nassif.

Vitória da democracia contra a censura: TSE confirma que internet é livre!

Os poodles raivosos da direita e seus papagaios amestrados na imprensa corporativa tem mais um motivo para estrebuchar de ódio além do naufrágio da candidatura de José Serra à presidência: os ministros do TSE negaram – por unanimidade – representação do MPE que atacava blogs pró-Dilma.

O relator, Ministro Henrique Neves, disse que “a internet é, sem dúvida, o maior espaço já concebido para o debate democrático”, aformando que os blogs e outros mecanismos são importantes veículos que permitem o debate de ideias e troca de informações o que é elemento essencial à democracia. "Manifestações de apoio, ainda que expressas, ou revelações de desejo pessoal que determinado candidato seja eleito, bem como críticas ácidas que não transbordem para a ofensa pessoal, quando emandadas de pessoas naturais que debatem política na Internet, não devem ser consideradas como propaganda eleitoral”, disse Henrique Neves.


Veja aposta na amnésia dos leitores

Reproduzo artigo de Pedro Saraiva, publicado no blog Viomundo:

Impossível ler o semanário da elite conservadora e não se lembrar do “1984″ de George Orwell. Para quem ainda não o leu, o excelente livro, que ironicamente inspirou um dos mais lamentáveis programas de TV, o Big Brother, conta a história de um regime totalitarista que mantém sua vasta população completamente alienada através de atos como eliminar notícias, livros e documentos com informações do passado que possam ser constrangedoras para o “Partido” no presente, reescrevendo-os de modo a que se “adaptem” a nova realidade.

Na era da internet, apagar informações é impossível, mas a Veja arranjou um modo de criar a sua própria versão do “duplipensar”. Nem é preciso voltar à década de 1980 quando a revista fez ampla campanha pelo “Caçador de Marajás” para, tempos depois, descartá-lo como se não tivesse passado os últimos anos elogiando o jovem Governador de Alagoas. Basta olharmos para os últimos três anos e vamos encontrar indícios de que o semanário apresenta uma completa ausência de compromisso com o que escreve. Três exemplos simples:

1- Denise Abreu, a charuteira, mentirosa e oportunista da edição de 29.08.2007 virou testemunha acima de qualquer suspeita contra a então Ministra Dilma no caso da venda da Varig. Mesmo sem mostrar uma única prova, virou estrela da revista.

2- O promotor José Carlos Blat que em 15.02.2006 era tratado como promotor corrupto associado ao contrabandista chinês Law Kin Chong, virou o promotor herói do caso Bancoop ao investigar supostas doações ilegais à petistas.

3- O Ex-governador do DEM José Roberto Arruda era tratado em 15.07.2009 como governador modelo: moderno, honesto e bom gestor. Elogios, aliás, que foram frequentes em mais de um edição da Veja, já visando sua indicação ao posto de vice-presidente na chapa com José Serra. Depois da sua prisão pela Polícia Federal, desprezo completo pelo ex-aliado e silêncio sobre os elogios anteriores.

Pois hoje, ao procurar saber o que a revista teria preparado sobre o deputado Antônio Pedro Indio da Costa, descobri mais uma “adaptação” do passado. Diz a revista, agora em 30.06.2010, que Indio apenas namorou a filha do banqueiro Salvatore Cacciola, e que o inocente affair terminou no ano de 2000. Rafaella Cacciola era apenas mais uma na sua imensa lista de namoradas. O problema é que a mesma Veja, em 11.04.2001, não só mostrava que o casal ainda estava unido, como afirmava que eram casados e estavam de mudança para o Leblon. Em quem acreditar? Na Veja de 2010 ou na Veja de 2001?

Apenas alguns exemplos de como funciona a principal revista da Editora Abril. Para quem a assina, pouco importa se a guerra de hoje é contra a Eurásia ou a Lestásia, o importante e seguir repetindo ad nauseam o discurso do Grande irmão. Porém, para quem tem mais de dois neurônios, essas alterações da História, além de beirarem o ridículo, não são nada originais.

Em tempo: quem imaginaria ver a Veja defendendo Indio?

do Altamiro Borges

Veja aposta na amnésia dos leitores

Reproduzo artigo de Pedro Saraiva, publicado no blog Viomundo:

Impossível ler o semanário da elite conservadora e não se lembrar do “1984″ de George Orwell. Para quem ainda não o leu, o excelente livro, que ironicamente inspirou um dos mais lamentáveis programas de TV, o Big Brother, conta a história de um regime totalitarista que mantém sua vasta população completamente alienada através de atos como eliminar notícias, livros e documentos com informações do passado que possam ser constrangedoras para o “Partido” no presente, reescrevendo-os de modo a que se “adaptem” a nova realidade.

Na era da internet, apagar informações é impossível, mas a Veja arranjou um modo de criar a sua própria versão do “duplipensar”. Nem é preciso voltar à década de 1980 quando a revista fez ampla campanha pelo “Caçador de Marajás” para, tempos depois, descartá-lo como se não tivesse passado os últimos anos elogiando o jovem Governador de Alagoas. Basta olharmos para os últimos três anos e vamos encontrar indícios de que o semanário apresenta uma completa ausência de compromisso com o que escreve. Três exemplos simples:

1- Denise Abreu, a charuteira, mentirosa e oportunista da edição de 29.08.2007 virou testemunha acima de qualquer suspeita contra a então Ministra Dilma no caso da venda da Varig. Mesmo sem mostrar uma única prova, virou estrela da revista.

2- O promotor José Carlos Blat que em 15.02.2006 era tratado como promotor corrupto associado ao contrabandista chinês Law Kin Chong, virou o promotor herói do caso Bancoop ao investigar supostas doações ilegais à petistas.

3- O Ex-governador do DEM José Roberto Arruda era tratado em 15.07.2009 como governador modelo: moderno, honesto e bom gestor. Elogios, aliás, que foram frequentes em mais de um edição da Veja, já visando sua indicação ao posto de vice-presidente na chapa com José Serra. Depois da sua prisão pela Polícia Federal, desprezo completo pelo ex-aliado e silêncio sobre os elogios anteriores.

Pois hoje, ao procurar saber o que a revista teria preparado sobre o deputado Antônio Pedro Indio da Costa, descobri mais uma “adaptação” do passado. Diz a revista, agora em 30.06.2010, que Indio apenas namorou a filha do banqueiro Salvatore Cacciola, e que o inocente affair terminou no ano de 2000. Rafaella Cacciola era apenas mais uma na sua imensa lista de namoradas. O problema é que a mesma Veja, em 11.04.2001, não só mostrava que o casal ainda estava unido, como afirmava que eram casados e estavam de mudança para o Leblon. Em quem acreditar? Na Veja de 2010 ou na Veja de 2001?

Apenas alguns exemplos de como funciona a principal revista da Editora Abril. Para quem a assina, pouco importa se a guerra de hoje é contra a Eurásia ou a Lestásia, o importante e seguir repetindo ad nauseam o discurso do Grande irmão. Porém, para quem tem mais de dois neurônios, essas alterações da História, além de beirarem o ridículo, não são nada originais.

Em tempo: quem imaginaria ver a Veja defendendo Indio?

do Altamiro Borges

PSDB perdeu a hegemonia,
porque é de São Paulo


Cesar e Rodrigo Maia: pai e patrão do Serra

José Serra não teve peito de enfrentar os DEMOS e entregou a vice-presidência a um ilustre desconhecido.

(Desconhecido, não da vereadora tucana do Rio, Andrea Gouvêa Vieira, que, hoje, no Globo, volta a dizer que Indio do Brasil favoreceu a Milano, uma vendedora de merendas superfaturadas – merendas e, não, ambulâncias amigo navegante)

José Serra não teve peito para fazer a chapa puro sangue com Aécio ou Álvaro Dias.

Por que ?

Por que ele teve que cair no colo do DEMO mais retrógrado, o da família Maia, do Rio ?

Por que ele não conseguiu seguir o caminho do meio do espectro político e fazer um vice do PSDB ?

Por que o PSDB não conseguiu ser PSDB ?

Com um vice do PSDB ou com Aécio na cabeça da chapa ?

Numa ou noutra hipótese, o PSDB não teria ido para a direita, mas ficaria no centro.

Aécio seria pós-Lula sem rancor, sem despotismo.

Um PSDB/PSD.

Serra é o PSDB/UDN.

Como diz um mineiro ilustre: Serra é o último autoritário.

Mais do que isso.

Serra é de São Paulo.

E, para o resto do Brasil, tucano de São Paulo significa “direita”, significa “arrogância”, significa “pavor de nordestino”, significa “elite”: o Brasil é São Paulo e o resto é o resto.

Como diz Fernando Lyra, sábio pernambucano: São Paulo não pensa o Brasil.

São Paulo dos tucanos não precisa do Brasil.

O Brasil é que precisa deles.

E eles não devem satisfação a ninguém.

Fazem o que bem entendem.

O PiG (*) é deles.

O PiG (*) é a oposição quando eles não querem ser.

Os tucanos de São Paulo (com o PiG) jogaram o Brasil no colo do neoliberalismo, como fez o Farol de Alexandria vulgo FHC.

Compraram um segundo mandato.

E governaram com e para o PiG.

Serra é tudo isso e mais vinte.

Porque Serra é um neoliberal por dentro e um Putin por fora.

Serra é São Paulo na veia.

Serra é tucano de São Paulo na veia.

Serra e FHC jogaram o PSDB na direita.

Jogaram o PSDB no colo do DEMO.

E lá morrerão.

(Mas, os Maia, não.)

O Brasil cansou do paulistismo.

Paulo Henrique Amorim

Recomenda-se a leitura da sempre excelente Maria Inês Nassif, no Valor, pág. A4, sobre a batalha do vice: “Sem sorte, sem arte e sem bater um bolão” (ou leia aqui).

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

do Conversa Afiada


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