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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, julho 24, 2010

India cria laptop mais barato do mundo

A Índia apresentou, ontem, o que chamou de laptop mais barato do mundo, um computador com tela sensível ao toque que custa US$ 35.


Com dimensões de 5x7x9 polegadas, o aparelho, um híbrido de computador portátil e PDA (computador de mão), conta com tela e teclado táteis, conexão Wi-Fi, uma entrada USB e uma bateria de dois watts, e é idôneo para as áreas indianas que quase não contam com conexão elétrica. O ministro do Desenvolvimento de Recursos Humanos, Kapil Sibal, revelou um computador de baixo custo projetado para estudantes, afirmando que sua pasta iniciou negociações com fabricantes globais para iniciar a produção em massa. "Chegamos a um ponto de desenvolvimento hoje em que a placa-mãe, chip, processamento, conectividade, tudo junto, tem custo ao redor de US$ 35, incluindo memória, tela, tudo", afirmou Sibal.

O ministro explicou que o aparelho com tela sensível ao toque vem com navegador de Internet, leitor de documentos PDF, capacidade de videoconferência e pode funcionar com energia solar, mas seu hardware foi criado com flexibilidade suficiente para incorporar novos componentes de acordo com o usuário. O uso começará a partir do ano que vem.

Sibal acrescentou que o computador, baseado em Linux, deve ser apresentado a grandes instituições educacionais a partir de 2011, mas quer reduzir o preço ainda mais para US$ 20 ou mesmo a US$ 10. O equipamento foi desenvolvido pelas equipes de pesquisa no Instituto Indiano de Tecnologia e Instituto Indiano de Ciências.

"Faz parte de uma iniciativa nacional destinada a fazer avançar a educação", declarou o ministro do Desenvolvimento, afirmando que "as soluções para o amanhã virão da Índia".

O ministério vai instalar os aparelho no conjunto de 22.000 estabelecimentos superiores indianos para que os estudantes possam utilizar o novo computador, afirmou a porta-voz do governo, Mamta Verma. "O Governo está disposto a subsidiar 50% do custo do dispositivo, portanto o preço final será de 750 rúpias (aproximadamente US$ 16)", acrescentou Verma.

A Índia investe cerca de 3% de seu orçamento anual em educação escolar e melhorou sua taxa de alfabetização para 64% de sua população de 1,2 bilhão de pessoas, mas estudos mostraram que muitos estudantes ainda mal podem ler ou escrever e que muitas escolas públicas possuem instalações inadequadas. O tablete foi desenvolvido em colaboração por vários grupos de especialistas procedentes dos institutos indianos de tecnologia e ciências.

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