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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, outubro 04, 2013

Morre o General Giap, herói nacional do Vietnã, aos 102 anos. Viva o General Giap!


Hanói, Vietnã, 10/07/2008 - Foto: Ricardo Stuckert/PR

O lendário general vietnamita Vo Nguyen Giap, estrategista militar responsável pela expulsão de franceses e norte-americanos de seu país, morreu nesta sexta-feira aos 102 anos, anunciaram autoridades locais.

Giap, mais longevo entre os principais revolucionários comunistas do Vietnã, aplicou engenhosas estratégias de guerrilha para superar enormes desvantagens diante de inimigos militarmente superiores.

Um funcionário do governo e uma pessoa próxima de Giap disseram que o general morreu hoje no hospital de Hanói onde estava internado desde 2009.

Giap é considerado um herói nacional cujo legado encontra-se abaixo somente daquele de seu mentor, o ex-presidente Ho Chi Minh, que conduziu o Vietnã à independência.

Estrategista militar autodidata, Giap ficou famoso pela vitória sobre os franceses em Dien Bien Phu, que não levou apenas à independência do Vietnã, mas também ao colapso do colonialismo na Indochina e outras partes do sudeste asiático. Fonte: Associated Press. (SQN/Agência Estado)
* Blog Justiceira de Esquerda

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