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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, outubro 23, 2014

A gente aprendeu que não há mérito em vencer com desonra

 é TREZE, CORAÇÃO!

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Na  minha casa, a gente aprendeu desde cedo que é preciso confiar nas pessoas. Mas sempre com critério. Com análise. Com inteligência. Meu avô sempre dizia: _ Não quero saber de neto seguindo rebanho, vocês têm cabeça, e cabeça foi feita pra pensar.

Na minha casa, a gente aprendeu desde cedo também, que para se ter uma omelete, é preciso que se quebrem os ovos. Ou que se jogue o jogo. Em ambos os casos, a gente aprendeu que, se tem omelete, todo mundo tem direito de comer. Ou todos comem, ou ninguém come, simples assim. E isso inclui TODO MUNDO. Sem exceção ou privilégios, na mesa e no jogo da vida.

Na minha casa a gente aprendeu que não basta ter uma grande inteligência, é preciso que ela vá além e seja emocional. Que a gente se comova com as pessoas, todas as pessoas, e coloque as mãos na obra ao invés de reclamar, ou postergar, ou se acovardar.

Nem todo mundo desta casa grande que era a casa do meu avô, captou a lição, umas foram pra cá, outros foram pra lá, mas quem ficou do lado de cá, aprendeu que respeito é uma palavra chave, indispensável, e que honestidade a gente reconhece porque se reconhece nela.

Na minha casa, a gente aprendeu e muito o valor do que é GRATIDÃO. Tinha até uma palavra que a gente aprendeu como repgunante: VIRA COXO. Você podia agir de qualquer forma para se testar na vida, mas sempre foi, veementemente proibido ser uma pessoa ingrata, uma pessoa que vira as costas para quem tanto ou pouco fez por nós. Saber reconhecer o esforço, a generosidade, as dádivas, ou oque quer que fosse, _ aprendemos, faz do caráter de uma pessoa algo reconhecível como bom.

A gente aprendeu que não há mérito em vencer com desonra. Que não há mérito nas manipulações da verdade. A gente aprendeu que tem que ser bom para todo mundo. Que não se conta vantagem. Que não se marginalizam pessoas, por credo, raça, cor, preferência, política, por nada, porque somos todos seres humanos passíveis de acertos, de erros, mas que tomar porrada sem reagir é burrice. Aprendemos que temos direito a uma posição, e podemos defendê-la, mesmo sob risco de marginalização.

A gente aprendeu sobre coragem e sobre valentia. Sobre homens e mulheres serem seres de Deus, sem um nem outro ser superior ao outro, e que às mulheres cabe um extra de carinho, respeito e consideração. A gente aprendeu que tem que ser elegante, que tem que saber se comportar, que tem que ter carinho com as pessoas, que tem que saber falar as coisas, que tem que saber ouvir, que tem que ser capaz de ouvir opiniões contrárias sem se ofender e sem perder as convicções e a ternura 'jamás'.

A gente aprendeu um monte de coisa. Muitas precisam ser revisadas minuto à minuto desta vida, porque é dureza fazer certo. A gente é imperfeito pra caramba, mas tem horas que não deveria ser permitido errar. Meu avô sempre se posicionaou politicamente. Falar sobre os caminhos políticos de nossa cidade, estado, país, sobre o mundo, sempre foi uma prática em casa. Mas com a mente bem aberta, o mais ampla possível, e buscando as mais variadas fontes, porque só com bastante conteúdo a gente é capaz de chegar perto da verdade.

E por ter tido o privilégio de ter tido um avô como o meu, ter tido o privilégio de estudar, de aprender, de saber por a cachola pra funcionar e pensar por ela mesma, por respeito e consideração á tudo que me foi transmitido desde o dia que nasci é que venho até este espaço onde coloco minhas opiniões mais variadas e declaro delicadamente que voto na Presidenta Dilma com muito sossego e alegria. Ela me faz lembrar a casa. A grande casa do meu avô. Ela me faz lembrar família. Luta diária. Olhos atentos. Coração valente e amor por toda gente, seja lá quem for, com ela eu aprendo que para ser uma grande mulher há que se ter muito mais do que os predicativos básicos, há que ter uma enorme capacidade de gerar amor,

e amor é oque eu deixo nestas linhas, amor para os que comungam destes pensamentos, e sobretudo amor aos que discordam dele, porque caros amigos, tudo que a gente quer é um país melhor, mais direitos e alegrias para todos, e que a sua convicção pode ser diferente da minha, mas no final, oque a gente quer é que a felicidade seja geral.

Boa Sorte, à todos. Por um país sem exceção.!

*BeLins

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